coisas do gomes
Este é o blogue do Nuno Gomes, mau futebolista mas incrível jogador de campo minado. Se não quiseres comentar publicamente, não hesites em escrever para aulasdeviolino@lsi.pt. Para consultas urgentes, contactem-me no messenger com aulasdeviolino@hotmail.com. Os meus livros para troca.
terça-feira, novembro 30, 2004
 
RECORRÊNCIAS
recrimino-me intensamente pelo texto que se segue*

Há, em todos gestos do quotidiano, uma história que os justifica. Desde o dobrar dos guardanapos em triângulo até ao assoar do nariz ao papel higiénico, desde o zapping maníaco-depressivo ao espancamento da mulher com um cinto e dois alguidares, nada simplesmente surgiu do nada. Muitas poucas coisas, pelo menos.

O acto de pedir desculpa é um deles. Certamente que houve uma qualquer altura da história (estimo que sensivelmente entre Tutankhamon e D. Afonso Henriques) em que a civilização já existia e as relações humanas normalizadas, e em que a desculpa ainda não tinha sido inventada. Quando o marido fazia algo de errado e a mulher resmungava, ou degenerava em batalha campal ou em sexo apaixonado. Ou as duas coisas. Exactamente o mesmo acontecia nas querelas entre nações. Foi então inventada a desculpa. Por um lado assegurava acordos entre chefes sem necessidade de batalhas, sempre muito sangrentas. Por outro lado, os maridos conseguiam sempre assegurar sexo apaixonado, apesar de terem feito asneiras.

O acto de pedir desculpas, entretanto, quase desapareceu, sendo substituído pelo inócuo ‘a culpa não foi minha’, terrível para as relações sociais mas óptimo para o ego. Quando ouviram pela última vez ‘desculpa, a culpa foi toda minha, distraí-me com as horas e por isso cheguei quinze minutos atrasada’. Já nem se lembram, né? Recorrente é ouvir ‘Duas horas que estiveste à minha espera? Isso não é nada, comparado com a hora que passei para me darem o novo cartão do telemóvel e a meia hora que perdi no trânsito e…’ E se tu respondes ‘É assim, se tivesses chegado mais cedo – já nem digo a horas, digo uns quinze minutos mais cedo do que chegaste – podíamos ter visto qualquer filme, mas agora já começaram todos. Tu é que insististe em vir comigo, eu podia perfeitamente ter vindo sozinho. Agora perdi a única oportunidade de ver aquele filme, e…’ o mais provável é responderem ‘Ehpá não tás a ver o frete na loja da Optimus. O que eu não passo…’.

De onde surgiu este novo trejeito comportamental? Por mais que investigue não consigo compreender. Tenho de ver mais a Quinta das Celebridades, talvez a resposta esteja aí.



segunda-feira, novembro 29, 2004
 
INSTANTÂNEOS
rede urbana mundial

Sou um Urban Pioneer! Soy un Urban Pioneer! I'm a Urban Pioneer! Je suis un Urban Pioneer! Ich bin ein Urban Pioneer! Watashi wa Urban Pioneer desu! Io sono uno Urban Pioneer!

P.S. Ia tentar em cantonês mas falhou-me a voz. Amanhã tento de novo, prometo.



domingo, novembro 28, 2004
 
RECORRÊNCIAS
7 euros por duas renas?*

Tenho quase a certeza que, no que toca a rebeldia, os portugueses pecam por falta de imaginação. Quando confrontados com uma situação que não lhes agrada, o raciocínio português é cristalino: não pago. Não paga a conta do telefone, do telemóvel, do restaurante, do dentista. Não paga o IVA ao Estado, não distribui os fundos da UE a quem os merece, não paga o bilhete do metro. No JN hoje: '200 mil contas de telemóvel por pagar'. Ontem, numa conversa com um amigo, 'Quando chegavam os portugueses nunca pagavam.' Deve ser tique nosso. Sabem, se eu fosse patriota, diria que é uma das 'idiossincracias que definem a nossa individualidade' ou algo assim, mas não sei o que significa idiossincracia nem patriota, por isso não digo nada disso.

Os nórdicos serão certamente mais originais que nós nesse aspecto. Imagino um finlandês de Jyvaskila, quando confrontado com a conta do telefone, a mostrar a língua à empregada da empresa dos telefones, mas apenas quando ela virasse costas. Ou um dinamarquês de Brondby a não agradecer ao empregado do restaurante italiano quando este lhe apresenta a conta. Ou mesmo um estónio de Talin a cantar o hino russo quando lhe explicam que também cobram IVA nas almofadas anatómicas. Que diferentes eles devem ser de nós.



quarta-feira, novembro 24, 2004
 
OBSESSÕES
cruzar livros

Sabiam que somos o nono país no mundo com mais bookcrossers? O que esperam para participar?



 
FICÇÕES
retrato do super-herói enquanto jovem*

Arnaldo era um sobredotado. E conseguia ser, em Labruge, o homem solteiro com mais super-poderes. Rodrigo, o homem-osga, subia toda e qualquer parede, o que era óptimo pois era electricista. Rosalinda conseguia voar, e era por isso apelidada de gaivota-humana; como distribuía correio os seus poderes davam-lhe imenso jeito. Arnaldo conseguia mudar de cor-de-rosa pálido para azul fluorescente em dois piscares de olhos, o que não lhe servia de nada na sua profissão, pois era sacristão. O nome de homem-camaleão nunca chegou a ser aventado por ninguém, pois as pessoas da aldeia eram simples e pouco imaginativas. De qualquer maneira, não sabiam o que era um camaleão. Arnaldo podia mudar para qualquer cor imaginável, mas nunca à frente da mãe, pois ela ficava com dor de cabeça. O pai, benfiquista, divertia-se com estas mudanças de cor, mas ameaçava sempre Arnaldo com o chinelo se este passava para azul quando o Benfica sofria um golo. No amor os seus dons conseguiam ser bastante inconvenientes. Quando tinha um orgasmo a sua pele ficava toda verde-esmeralda e o seu pénis começava a piscar como uma luz de alarme. Quase todos os seus namoros acabavam nesse preciso momento, com as namoradas a correrem porta fora, a maior parte berrando ‘Está viva! Está viva!’.

'São uma grande dádiva', pensava Arnaldo sobre os seus poderes, 'mas não me pagam a hipoteca da boneca insuflável'. Sempre que tentava ganhar dinheiro com os seus poderes, as coisas não lhe corriam da melhor maneira. Uma vez os semáforos deixaram de funcionar no único cruzamento de Labruge, e Arnaldo tentou orientar o trânsito, pondo-se no meio da via e mudando de cor. Ao fim de uma semana, de quatro fracturas do perónio e um maxilar desaparecido desistiu, e procurou outra carreira profissional. Durante um tempo tentou o circo. Os Irmãos Cardinalli já tinham um homem que mudava de cor, enquanto que o circo Victor Cardinalli Jr tinha uma mulher que, apesar de não mudar de cor, era sempre azul. Ao circo Carbinalli nem chegou a ir, pois ouviu dizer que o director era daltónico e pensava que os leões eram roxos. A sua oportunidade chegou quando fez dezoito anos, e celebrou um contrato com a Tintas 2000 no departamento de investigação de cores, sendo contratado a recibos verdes pela Robbialac duas semanas depois, para ir acabar na Cin com um contrato vitalício. Morreu aos setenta e dois anos, quando um antigo colega da primária lhe virou uma lata de diluente sobre a cabeça.



segunda-feira, novembro 22, 2004
 
AMIGOS
Rui Vale de Sousa

Um impressionante conjunto de fotos do Ruizinho, de Guimarães.



 
FRASES FEITAS
eu

Sei muito sobre muita coisa, mas não sei o suficiente sobre nada.



 
OBRIGAÇÕES
urban pioneer project

Ainda nem sei bem o que é nem se me deixam participar, mas vejam.



sexta-feira, novembro 19, 2004
 
OBSESSÕES
agradeço a:

Jim Jarmusch, porque realizou o Ghost Dog. Fernando Lopes, por causa do Delfim. Oliver Stone, por causa do Natural Born Killers. David Lynch, por raramente perceber os seus filmes, e gostar deles mesmo quando os percebo. Cronemberg pelo eXistenZ. Lars Von Trier por seguir as suas próprias regras. Thomas Vinterberg pelo Festen. Akira Kurosawa pelo Rashomon e o Yojimbo. Irmãos Coen por tudo. Richard Linklater pelo Before Sunset e o Before Sunrise. Stanley Kubrick por ter existido. Michael Moore por mentir muito bem. Michael Mann porque sim. Vincent Gallo pelo seu chauvinismo. Orson Welles pelo Citizen Kane. Takeshi Kitano pelo Verão de Kikujiro. Hayao Miyasaki por tudo. Emir Kusturica por me fazer rir. Spike Jonze pelo Adaptation e o Being John Malkovich. Sofia Coppola por tudo. Michel Gondry pelo Eternal Sunshine of the Spotless Mind. Robert Zemeckis por muita coisa. Steven Spelberg por muita coisa também. Ang Lee pelo Tigre e o Dragão e o Hulk. Quentin Tarantino por existir. Terrence Malick pelo Thin Red Line. Jean-Pierre Jeunet pelo Fabuloso Destino de Amélie. Steven Soderbergh porque sim. Cineclube de Guimarães. E a mim por ter visto estes filmes todos.



quinta-feira, novembro 18, 2004
 
RECORRÊNCIAS
dados avulsos (2)

Portugal empatou com o quinto menor país do mundo, o Liechtenstein, mas goleou o maior país do mundo, a Rússia.

ou

Portugal empatou (2-2) com o quinto menor (160 km2) país (não é bem país, é um principado) do mundo (Liechtenstein), mas goleou (7-1) o maior (17.075.200 km2) país do mundo (Rússia).



 
NOTAS
decisão fulcral

A partir daqui só vou escrever coisas alegres. Apenas nos dias ímpares, claro. E nunca ao fim-de-semana.



 
INSTANTÂNEOS
o dia

Foi estranho o que deixei ontem no coisas. Escrevi uma posta porque estava chateado com as incongruências da vida, mas postei um texto que tinha escrito um dia antes, na minha forma salutar e necessária de brincar com as minhas maldições. Ficou um dia esquisito, para mais tarde recordar.

PS Tenho de criar dois blogues, o coisas tristes do gomes e o coisas alegres do gomes.



 
INSTANTÂNEOS
a verborreia nocturna

Há uns segundos estava sentado na cama, a forçar-me a ver o mapa da Arménia pela trigésima vez, com medo de me levantar para escrever. Antes, na sala a ler, vinham-me inúmeras ideias de textos que tinha de escrever mas que não podia porque o computador estava longe e desligado. Agora que aqui estou não sei o que escrever. Os melhores raciocínios vêm-nos quando não estamos atados por qualquer tipo de cordas burocráticas, quando a nossa mente age por si e não se deixa travar pela realidade. Os criadores todos buscam esses momentos de omnipotência, em que ascendem mais rápido do que descem e deslizam pelas ideias e as tocam, em vez de lhes dizerem adeus ao longe. Nestes momentos a verborreia invade-me, por eu a estar a forçar, mas mais porque tem de ser. Tem de sair, os meus dedos têm de ferir as teclas enquanto eu penso. São poucos os momentos em que estabeleço pontes entre a minha mente e o texto aberto.

Os meus sentimentos estão em pedaços, enquanto que a minha mente continua completa e íntegra, tentando tornar a minha vida normal e os meus actos razoáveis. O dia-a-dia é difícil de enfrentar, é árduo ver a hipocrisia de todos, vê-los nas suas vidas quase perfeitas, nas suas certezas estranhas que os põe insensíveis à vida, às incríveis manifestações de magnificência com que nos cruzamos a cada esquina. Consigo ficar horas olhando um pôr-do-sol com um número suficientes de tons para preencher uma existência, e olho para as pessoas (se é que pessoas é um termo exacto, chamaria-lhes mais autómatos personalizados) que olham para os seus telemóveis esperando que eles se manifestem, enquanto que bastava-lhes levantar os olhos e ver que belo é tudo! Tudo. E enquanto que a vida é cá fora, tentam procurá-la dentro dos telemóveis, dos computadores, das televisões. Eu não sou exemplo, mais valia calar-me. Mas é o que sinto.

Lia agora na National Geographic os planos da Arménia de se tornar a nova Singapura, apostando nas novas tecnologias. A Arménia, ou como eles lhe chamam, Hayastan, é um destroço dum país. Dum império incrível que ia da Palestina ao Mar Cáspio, passaram na actualidade a uma tripa insignificante entalada entre a gigante Turquia e o agressivo Azerbeijão. O seu grande símbolo, o monte Ararat, pertence aos turcos. Parte da sua herança religiosa está em território Azeri (no terrível Nagorno-Karabakh), quatro dos sete milhões de Arménios não reside no território, mas estão espalhados pelo mundo. Muitos são bem sucedidos, é só procurar os apelidos acabados em –ian. Calouste Gulbenkian, os System of a Down são todos descendentes de Arménios, no ténis existe o David Nalbandian. No início do século XX eram 2 milhões, mas os turcos, infames inventores do genocídio moderno, deixaram lá uns escassos 100 mil. Terão morto, ao todo, entre 600 mil e 1.5 milhões de Arménios. Entre inúmeras outras catástrofes avulsas, os Arménios não deveriam existir. Mas ainda lá estão, e parece que para ficar, com os pés bem assentes nas ruínas duma civilização.

Enquanto que parece que a eles lhes falta tudo, penso na nossa ignomínia situação de sermos os últimos numa Europa onde já fomos o exemplo, nessa época cada vez mais distante dos Descobrimentos. O que nos falta? Uma catástrofe? Talvez. Se os deuses decidissem castigar as nossas cabeças com desolação e chuvas e terramotos e vulcões que abrissem a terra e nos matassem a quase todos, talvez assim déssemos um passo em frente. Agora na União Europeia, mais do nunca, podemos ser apenas medíocres e continuarmos a ser sustentados. Não temos nada que nos agarre uns aos outros e ao país. A nacionalidade não é nada hoje, nada significa. Só dou graças por não ser espanhol neste momento, mas não dou graças por muito mais. Não sinto mais relação pelas paisagens ondulantes dos montes alentejanos do que pelos bosques calados da Catalunha, por os primeiros serem do ‘meu país’. As nações não existem, existe apenas o direito à auto-determinação.

Espanha e Turquia não são nações, são abstracções que tiveram na sua génese ideias imperiais mas que neste momento estão destituídas de sentido. Os Bascos, Catalães, Galegos, Curdos e Arménios deste mundo não se regem pelas nações existentes, ou senão teriam de renegar a sua própria existência. Guiem-se pela vossa interioridade, guiem-se pelos vossos sentimentos, mas nunca façam uma coisa: não deixem de levar os vossos potenciais ao máximo, nunca deixem de sonhar, procurem sempre algo mais distante, mais reluzente, desde que vos faça feliz. Porque a felicidade não se compra com american express nem se aluga em leasing, nem se compra nos outlets ou em franchisings: como qualquer carro moderno que traz air-bag, a felicidade já vem de série. Mas não vem na descrição do produto. Têm de ser vocês a descobri-la. E, minhas caras amigas, não há livro de instruções que vos valha. Nem produto da tv-shop. Mas não se preocupem, quando eu descobrir a minha mando-vos um sms a avisar.



quarta-feira, novembro 17, 2004
 
INSTANTÂNEOS
sujo*

Preciso, de uma forma desesperada mas ao mesmo tempo estilosa, de alguém. Preciso de ter uma relação, rápido, prêt-a-porter! Para ontem, de preferência. É que descobri que tenho sujidade atrás das orelhas e preciso de alguém que ma limpe.

Há quem diga que o amor e querermos partilhar a nossa vida com alguém é um sentimento altruísta. Obviamente que quem acha isto nunca se preocupou com o lixo atrás das orelhas.



 
INSTANTÂNEOS
nós

Estou farto das pessoas que tentam usar a sua vida amorosa como exemplo para a minha. Farto dos amigos a quem não posso fazer confidências. Farto de conhecer raparigas que já namoram. Farto dum emprego sem futuro. Farto que digam que sou homossexual. Farto de estar sozinho.



terça-feira, novembro 16, 2004
 
INSTANTÂNEOS
cabelo domado

Hoje foi o primeiríssimo dia da minha vida adulta que consegui controlar o meu cabelo com gel. Claro que fico 20 anos mais velho e as minhas entradas ficam ainda mais pronunciadas, mas estou cada vez mais parecido com o Mike.



 
FRASES FEITAS
carros

Os portugueses têm os melhores carros da Europa, mas as piores cores.



segunda-feira, novembro 15, 2004
 
INSTANTÂNEOS
ela e ele

Esta é a semana das comédias românticas. Para o melhor e para o pior.



 
INSTANTÂNEOS
oops

Li agora que a freguesia alentejana de Cuba Redonda dá um iPod a quem se casar lá. Mudei de ideias, nunca digas nunca!



 
INSTANTÂNEOS
o meu casamento

Estou sempre a dizer que nunca me vou casar. E mantenho a minha palavra, aconteça o que acontecer.



domingo, novembro 14, 2004
 
RECORRÊNCIAS
as regras da comédia romântica moderna*

Os casais românticos desentendem-se sempre um pouco antes do fim. Tem o seu quê de previsibilidade, mas assim pelo menos sabemos que o filme está prestes a acabar.



 
INSTANTÂNEOS
Inquérito on-line

O que significa para ti a covinha do queixo?



sábado, novembro 13, 2004
 
INSTANTÂNEOS
crónica da feijoada*

A feijoada que comi ao almoço continua ainda a gerar disfunções por todo o corpo. Entre outras coisas, não consigo fechar totalmente a mão esquerda e o meu cabelo ficou despenteado de repente. Da próxima vez que comer feijoada tenho de ter mais cuidado, sempre com a mão esquerda fechada e gel no cabelo.

*Escrito com a brutal influência de Woody Allen. Ando a ler Complete Prose, e até o acabar deverão surgir vários textos influenciados, que apontarei sempre com um *. Acho que este livro serve para tomar consciência de que não tenho mesmo piada nenhuma.



 
NOTAS
textos

Linquei aqui para o lado texto anteriores, para o caso de ainda não terem lido. São eles As Lições da Mestre Lurdes, O Bom Ditador e Carta ao Eça. Enjoy.



 
GOZO
KKK

Eu sei bem que toda a publicidade é boa publicidade, mas vejam.

O melhor humor deve ser o não-intencional. Acho que o melhor humorista do mundo não se lembraria de tal coisa. Leiam a parte do Martin Luther King, é humor requintado.



segunda-feira, novembro 08, 2004
 
NOTAS
actualização

Actualizei o ficheiro dos prémios/competições/bolsas com o prémio do PEN clube e outras coisas. Para os interessados.



 
RECORRÊNCIAS
motim a bordo!

Excepto o telemóvel, todos os meus electrodomésticos estão de quarentena. O leitor de DVDs do meu computador transforma os filmes em sequências em slow-motion. A minha câmera perdeu o fôlego (numa dramática queda no chão da cozinha) e não carrega a bateria. E o meu leitor de MDs nega-se a tocar as músicas do princípio ao fim. Serei um mau dono? Ou os meus bichos viraram-se contra mim?



sexta-feira, novembro 05, 2004
 
HUMOR
Quezia

Através d'outro lado da lua descobri esta curiosa criatura com um pensamento mais atrasado do que muitos dos meus antepassados. E lá dizia:

"Esclarecimentos óbvios
Para mim a homossexualidade é como outra coisa qualquer, tão má como quem é invejoso, egoísta, ladrão, assassino, etc. Como é óbvio ninguém me ouve em gritos de ordem do estilo: "vamos exterminar os homossexuais!", e quem diz os homossexuais diz os outros casos que referi, entre outros.
Disse e volto a dizer, o objectivo não é uma imposição de valores, mesmo porque cada um faz as suas escolhas. Só expliquei o que pensa, e com que base o pensa, um cristão.
Não defendemos uma ética pessoal mas sim aquela que, por fé, cremos ser a de Deus. Não procuramos uma posição confortável entre Deus e os homens. Tentamos ser coerentes.
No post anterior quis mencionar o facto de a nossa sociedade manter alguns princípios cristãos (como o exemplo do incesto), embora para outros casos já se vire o bico ao prego. É necessária coerência. Não podemos ir, simplesmente, com a moda.
Sublinho: não faço acepção de pessoas, nem as excluo simplesmente por não terem os mesmos padrões éticos que eu.
A questão de vir a ter um filho gay e colocar em questão o amor por ele é absurda.
O amor por um filho não está dependente do que ele é, ou das escolhas que faz, certo?"

Eu comentei:

"Não acredito em Deus. E também não acredito nos crentes. Mas respeito.

Pressupondo que existe Deus, qual é a sua relação com a Bíblia? Foi ele que a escreveu? Foi Cristo, o seu 'enviado'? Aparentemente, nenhum dos dois. A Bíblia foi uma interpretação escrita por pessoas que, muitas das vezes, nem presenciaram os actos, e escrita e reescrita ao longo dos séculos.

Agora, digam-me, sinceramente, porque havemos de guiar as nossas vidas por um livro? Não conseguem discernir quais as boas opções a tomar, de modo a levarem uma vida honrada e amiga do próximo? Ou não conseguem, e precisam de se basear num livro para saber o que fazer das vossas existências?

Nunca me guiei por um livro; guio-me pelos livros que leio todos os dias, pelas pessoas que conheço, pela vida que levo. Temos todos a aprender uns com os outros."



terça-feira, novembro 02, 2004
 
POLI TIQUES
Rui Rio

Este não é um blogue de política nem de desporto, nem de escândalos nem de modas, nem de sexo ou de piadas: é o meu blogue. Não se rege por audências, ópio dos inseguros e indecisos. Não procura a iluminação dos leitores ou a resposta às perguntas essenciais. Não quer dizer nada de realmente importante. Apenas a minha opinião.

Basta de coisas sérias. Vamos falar do Rui Rio, presidente da Câmara do Porto. Quando ele ganhou as eleições pareceu-me uma figura estranha, e essa impressão nunca se desvaneceu. Imaginem todos os candidatos que se perfilam aquando duma eleição. Independentemente das suas cores políticas, poucos serão capazes de ser bons presidentes. Alguns até o poderão ser. O Rui Rio nunca me pareceu ter qualquer perfil para um bom presidente; ele apenas é presidente porque foi eleito. Passado algum tempo já da sua eleição, a ideia que transparece é a duma pessoa com algumas ideias correctas utilizando métodos errados. Enumeremos.

A aposta na reabilitação, quer de bairros camarários quer da zona histórica, foi uma política acertada. No entanto, esta vontade política surgiu como o contrário do 'surgimento de novas frentes'. Ambas são compatíveis, e como dizia há uns dias o arq. Nuno Grande, uma cidade não pode apenas optar por a ou b, mas a+b. Reabilitação mais Novas Frentes. Poderia ser 4xReabilitação+1xNovasFrentes, se esse fosse o caso. Mas o fundamentalismo de Rui Rio levou-o a tentar dinamitar oportunidades fantásticas de consolidação urbana como o PPA (Plano de Pormenor das Antas), apenas porque era 'muito denso'. Ora, numa cidade não existe o 'muito denso', principalmente numa zona tão bem servida de vias de comunicação como a das Antas (metro, VCI). Esta renegação da densidade vinha com o slogan do 'Porto mais verde', e levou a certos comportamentos ridículos, como no capítulo do Parque da Cidade. O projecto de Souto de Moura era um remate urbano para a estrutura verde, feito em terrenos que nunca foram pertenceram ao Parque (Feira Popular), mas para onde este ia expandir-se. Um Parque Urbano é rodeado de urbanidade. O único problema do projecto era a sua componente de luxo, que excluiria todas as outras classes sociais duma zona tão priveligiada. Mas nem foi esse o problema referido.

Uma boa política do executivo de Rui Rio passou pelo acabar das obras da Porto 2001, cujo ponto crítico era a zona dos Leões e de Carlos Alberto. Durante o Porto 2001 fizeram-se obras rocambolescas: o retomar dos eléctricos no centro foi pensado, mas as ligações entre diferentes troços da linha não foram feitas. Ou seja, nada de eléctrico. Rui Rio avançou nos Leões e na envolvente do St. António, de modo a acabar a renovação da área e ligar as linhas de eléctrico. Na praça de Carlos Alberto, o projecto de Virgínio Moutinho foi 'apenas' ignorado (aparentemente por uma questão de gosto, segundo o vereador do urbanismo, Ricardo Figueiredo) e foi retomado o desenho original da praça. Todos os projectos desenvolvidos pela Porto 2001 foram, de formas mais ou menos aberrantes, adulterados pela câmara, e não houve qualquer tipo de consulta aos escritórios que os desenvolveram, o que gerou disparidades entre o que foi projectado e o construído. Isto porque muitas das alterações da câmara surgiram depois de os projectos estarem construídos. Houve também determinados erros projectuais que levaram à situação actual, de um grande desnorte.

Entre outras imbecilidades avulsas, existe um projecto da câmara de construir um parque de estacionamento em frente aos Paços do Concelho, apesar de ser uma zona servida (num futuro próximo) pelo metro. Não existe, aparentemente, uma política de mobilidade.

Existem coisas boas, mas não tenho disposição para falar nisso. Deixo isso para os apoiantes do homem.



segunda-feira, novembro 01, 2004
 
OBRAS
ficheiro novo

Incluí nos ficheiros um zip com pdfs dos meus projectos na faculdade. Nunca se sabe, posso ter um futuro empregador a ler o coisas.



 
RECORRÊNCIAS
entreguem o país aos engenheiros?

Agora acham que pareço gay por andar com um saco de pano. Vermelho, imaginem. E no outro dia transformei-me, por artes do oculto, em gay assumido. Usei o saco a tiracolo.

Não percebo. Há muitos anos que não tinha um aspecto tão respeitável. Camisinha, cabelo curto, gel. Mas com saquinha a tiracolo? É gay de certeza.

Ps Não tenho nada contra os gays. Mas, para os engenheiros, seria pior que andar na droga.



 
CONCORRÊNCIA
abrigo de pastora

Um 'abruptozinho' em desenvolvimento: muitas imagens, bastantes citações, algumas considerações políticas. A visitar.




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POR DATAS

09.03
10.03
11.03
12.03
01.04
02.04
03.04
04.04
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06.04
07.04
08.04
09.04
10.04
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12.04
01.05
02.05
03.05
04.05
05.05
06.05

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