coisas do gomes
Este é o blogue do Nuno Gomes, mau futebolista mas incrível jogador de campo minado. Se não quiseres comentar publicamente, não hesites em escrever para aulasdeviolino@lsi.pt. Para consultas urgentes, contactem-me no messenger com aulasdeviolino@hotmail.com. Os meus livros para troca.
quarta-feira, dezembro 31, 2003
 
CRÓNICAS
férias das férias I

Quando estava a trabalhar só conseguia pensar nas férias. Durante as férias, comecei a ficar obcecado com as "férias das férias". Porque senão chateia. Até estavam a ser umas férias boas. Umas férias ocupadas. Propus-me alguns objectivos e estava a cumpri-los minimamente. Destesto aquele tipo de férias em que não se arranja nada de útil para fazer e se acaba fazendo idiotices para passar o tempo.

Todos os dias acordava lá pelo meio-dia, tomava banho, ia de bicicleta até casa dos meus pais, almoçava. De tarde ia até à empresa do meu irmão, mais uma vez de bicicleta, blogava e actualizava a minha base de dados de música. Ou ver um dvd. Sem falar com ninguém. Sempre com olhos no computador. Quando chegava às sete e meia lá ia, como sempre de bicicleta, jantar com os meus pais. Voltava de (sim, adivinharam) bicicleta até à minha casa. Acendia o aquecedor e punha a gravar mais um minidisc. Depois ia outra vez para a internet até à meia noite. Depois dessa hora, o mais certo era ir ao inevitável Munícípio com o meu brou apanhar uma piela de cerveja estrangeira.

Parecendo que não, criei nestas férias uma rotina mais estável que durante uma semana normal de trabalho em Foz Côa. O Natal e um trabalho ocasional não conseguiram quebrar a rotina. Funcionaram como excepções, o que apenas a realçou a regra. Precisava de uma mudança que tornasse estas férias mais coloridas.

Então surgiu um convite de umas "férias das férias". Uma passagem de ano em Lisboa. Numa casa de erasmus. Com uma das minhas amigas mais interessantes. Ainda me fiz de difícil, mas a ideia sorriu-me logo que a ouvi. Não pensei duas vezes. Lisboa, cá vou eu!


domingo, dezembro 28, 2003
 
OBRIGAÇÕES
underground

Ainda estou um pouco abismado pelo filme. Levantei-me da cadeira e pus-me aos saltos. E aguentei o meu irmão a descrever-me ao pormenor o Championship Manager IV durante 20 minutos. E eu nem gosto do Manager .

O filme é compridito. 167 minutos. Não dá para rir tanto nem tem uma banda sonora tão festiva e variada como o Black Cat White Cat.

Mas Emir Kusturica é genial. E produziu um épico impressionante. Através de túneis, ele liga a Segunda Guerra Mundial e a guerra na Jugoslávia. Túneis e subterrâneos são a metáfora que nos mostra que aqui, à superfície, nada muda. O sofrimento humano é uma condição, não uma situação.


 
MOCAS
masturbação

Esta nova série de blogues temáticos dedica-se aos meus pensamentos mocados. Pensamentos sob o efeito de álcool (hão-de reparar nas horas dos posts e nos erros ortográficos e na falta de qualidade do texto). Normalmente são confissões das quais me arrependo no dia seguinte.

Tenho apenas uma coisa para dizer neste texto: eu masturbo-me. Assim como qualquer ser normal, solteiro, casado ou separado. Viúvo ou divorciado. Quem diz que não se masturba, ou é um idiota que não quer ter prazer ou está a mentir. Masturbação é normal. É como respirar. Se tenho vontade de me masturbar ou tou de pau feito, não nego ao meu corpo aquilo que ele me exige. Às vezes requer algum auxílio. Uma pornografiazita pode tornar as coisas mais picantes. Prefiro a masturbação imaginativa. Aquela que dura mais tempo. Que exige mais de nós. Mas que compensa.


sábado, dezembro 27, 2003
 
RECORRÊNCIAS


Sou . Uma pessoa . Não solitária. Gosto de estar com os outros. Mas com os amigos há uma relação de partilha. Quando se tem uma parceira, há uma relação de exclusividade. É uma amiga que não te larga.

Quero viver com ela. Acordá-la com música suave e servir-lhe o pequeno almoço na cama. Levá-la ao hospital porque está doente. Ser acariciado no cabelo. Ter sexo todo o dia. Resmungar porque ela deixa as peças de roupa espalhadas pelo quarto. Saber que pertenço a alguém. Que sou correspondido. Que alguém me espera em casa depois de uma viagem chuvosa. Alguém que tenha mais piada que eu. Alguém com quem possa partilhar as minhas bebedeiras. Alguém que dance comigo.

Ter uma relação dá trabalho, isso é certo. Implica compromissos de ambos os lados do campo de batalha. Implica sofrimento. Dor. Mas também consolação. Alegrias a rodos. Períodos contínuos maus. De tudo um pouco.

Quando parei o meu primeiro namoro, pensei “namoros, nunca mais! Quero a minha independência!”. Nunca pensei que fosse tão difícil voltar a namorar. Que fosse tão ignorado pelo sexo oposto. Sabem aqueles conhecidos que vocês estranham quando o vêm com alguém? Eu sou o gajo que nunca ninguém espera que diga ‘posso trazer a minha namorada?’.

Aprendi a sacar cavalos aos 16. Namorei pela primeira vez aos 18. Apanhei a minha primeira bebedeira aos 18. Dei o meu primeiro beijo aos 18. Estive pela primeira vez com uma mulher aos 18. Aprendi a biscar aos 20. Dormi pela primeira vez com uma mulher aos 23. Tive insónias. E nunca consegui sacar éguas.

Como é óbvio, fiz as coisas básicas da vida muito depois de todos os outros. Outras ainda nem fiz. Mas acho que as que fiz, fi-las bem. No seu tempo. No meu tempo. Não faço de propósito. As circunstâncias não me favoreceram. As mulheres portuguesas devem ser mesmo burras! Eu estou aqui, venham buscar-me. Façam o que quiserem de mim! Estou em saldo!

Ainda anteontem dizia à minha prima “sabes quando há liquidação de stock? Eu sou o que fica na prateleira ao fim do dia.”



Onde estás? Eu estou aqui. Sempre estive.


 
OBRIGAÇÕES
book crossing

O conceito é simples. Soltar livros. Dá-los aos outros. A quem não se conhece.

O livro tem de ser deixado num local público. Tem de estar cadastrado no site. Tem de ter uma etiqueta a identificar o livro. Quem o pegar tem de registar esse facto na net. E libertá-lo depois de o ter lido.

Estas são as regras estipuladas pelos gajos. As regras deles. Assim podemos saber por onde anda o nosso livro, que deixa de ser nosso, para passar a ser de todos.


quinta-feira, dezembro 25, 2003
 
NEGAÇÕES
cantar em estrangeiro

Não consigo perceber a fixação de certas bandas portuguesas em cantar em inglês. Eu juro que tento. Imaginem o Miguel Guedes a acordar de manhã. 'Man, I really feel like shit today. Honey, you've made breakfast for me. Amazing! You'r the love of my life!'

Estão a ver a cena? Eu também não. E sabendo que o gajo é do Porto, imagino algo como: 'Tou c'uma puta, caralho! Oube lá, deixaste queimar as torradas outra vez! Ca'ganda traste me saíste!'

Porque carga d'água este tipo canta em inglês? Qual a obsessão? Já o ouvi dizer que escrever letras em português é difícil. Que as únicas bandas rock que soavam bem em português eram os Ornatos Violeta e Xutos e Pontapés. Ou seja, os Blind Zero cantam em inglês porque em português é tramado. Ou pior, dá trabalho. Ou pior ainda, não é para qualquer um. Mas o que o leva a cantar em inglês? Porque não em suahili? Ou em letão? Eles que não sejam hipócritas. Cantam em inglês para vender lá fora. Vejam o David Fonseca. Até os Excesso já tentaram.

Os Sigur Rós cantam em islandês (ou hopelandish ou seja lá o que for) e não é por isso que vendem menos. E são menos premiados.

Há bandas como os Belle Chase Hotel que cantam em inglês. Mas também em francês e brasileiro. Já os ouvi a cantar em português. Não cantam em inglês porque tem de ser. Cantam na língua mais significativa para o espírito da música.

Ornatos Violeta, Clã, Sérgio Godinho, Fausto, Madredeus. Todos cantam em português. E safam-se e são bons. Conhecem alguma banda brasileira a cantar em inglês? De certeza que existe, mas eu nunca ouvi falar.


terça-feira, dezembro 23, 2003
 
NEGAÇÕES
shoppings ao fim-de-semana

Com esta, de certeza, todos concordam. Posso ser super-crítico de centros comerciais, mas, não sei como, vou sempre lá parar.

Mas shoppings nos dias que precedem o Natal?

O horror assumiu novas dimensões. Já tinha jurado que nunca mais, mas lá fui eu ao Norteshopping para ver o Senhor dos Anéis. Conclusão: entrei à uma da tarde, saí às sete e meia. Ai ai. O almoço esteve para ser engolido de pé, tanta era a escassez de mesas. Para além da comida e do filme, que por acaso dura três horas e meia, só fui comprar um livrinho para a minha mãezinha. Uma eternidade a procurar o livro, outra para pagar, outra para para descobrir que não estava na bicha para embrulhar a prenda, outra para embrulhar a prenda e outra para encontrar o meu amigo que tinha perdido dentro da FNAC. Tava a ver que não conseguia sobreviver.

Ainda para mais, o cinema tinha-me posto com um cheiro a cavalo tremendo. E eu até gosto de cavalos. Não gosto é de cheirar como eles.


segunda-feira, dezembro 22, 2003
 
OCORRÊNCIAS
azar

Há algumas coisas que detesto. Uma delas é ter de fazer uma coisa trabalhosa pela segunda vez. Ou pela terceira vez.

Ontem estive umas boas duas horas à  volta dum textozito para o coisas. De início estava a tentar escrevê-lo enquanto falava com o meu primo através do messenger. Depois chegou o irmão dele e pusemo-nos na conversa. Entretanto, o computador crashou. Fudeu-se.

Hei-de reescrevê-lo. Por mais que me custe.


sexta-feira, dezembro 19, 2003
 
CONCORRÊNCIA

Até agora tenho blogado sobre pessoas que escrevem bem. Essa tem sido a principal razão para os incluir no CONCORRÊNCIA. Mas não devia ter incluído o Alexandre Soares Silva. É que ele, ao contrário dos outros, escreve tão bem que até dói. Não sei onde, mas dói. O meu sonho de ser escritor part-time, lembram-se? Esfumou-se. Nem sequer morreu antes de dar à costa. Morreu antes de se tornar náufrago.

De certeza que ele é escritor full-time. Se não for, é crime.


 
CONCORRÊNCIA

15 de dezembro, 2003
O sarcasmo peninsular
O desprezo é a distinção dos portugueses. Não há língua tão boa para desprezar. A bílis lusitana, o asco, o sarcasmo peninsular - esse sentimento que arqueou o lábio superior de Nicolau Tolentino, encaneceu Camilo Castelo Branco e esverdeou o rosto de Eça de Queiroz - aparece gloriosamente, de armadura completa e penacho por cima, nas cantigas de escárnio e mal-dizer. Está na língua toda. Em Portugal a peste negra era chamada de dor de levadigas, Deus meu. Talvez a intenção não fosse ridicularizar a doença, mas o efeito é o mesmo; e no mínimo mostra um certo desrespeito... Parolo, pascácio, lorpa, badameco, bucha - todas as línguas são cheias de xingamentos, mas em português os xingamentos são mais ridículos e doem mais.

Os personagens de Eça de Queiroz, se fossem engenheiros da NASA, não seriam capazes de mandar gente à lua. Um deles seria mostrado arrotando champanhe vagabundo na casa da amante gordinha. Um outro recebendo massagem no couro cabeludo com um emplastro anticaspa fedido e amarelo. Seriam ruins em matemática, e jogariam (mal) xadrez nos cafés enquanto falam idiotices sobre política. Se levantariam todos às pressas para puxar uma cadeira para o “excelentíssimo senhor comendador”... Ah, acho estranho que o livro central da literatura portuguesa tenha sido escrito por um homem incapaz de desprezar, que foi Camões. Que, mesmo quando desprezava, desprezava nobremente, antilusitanamente. O pendor para a antigrandiosidade, para o enxovalho e o ridículo, já estava nítido n’ A Demanda do Santo Graal, quando Mordred virou Morderete e disse: “Ai, por quem sois?” A nossa língua não é pra ter saudades, é pra dar bengaladas - com a panache e o sotaque de uma varina brigando na rua.


Esse texto pertence ao blogue do Alexandre Soares Silva. Para ser sincero, um dos blogues melhor escritos da blogoesfera lusófona. Acho que ele é escritor. Nota-se bem porquê.

Este texto mostra, com grande beleza, o insulto à portuguesa. É bem, não é?


quinta-feira, dezembro 18, 2003
 
RECORRÊNCIAS

Quando alguém deita fora um papel no meio dum campo, toda a gente lhe diz 'tu não amas o ambiente'. E com razão. No entanto, se fizer o mesmo dentro de uma cidade, dizem-lhe exactamente a mesma coisa. Todos sabemos que, numa cidade, qualquer lixo que vá parar ao chão acaba por ser recolhido pelos homens do lixo. E vai parar à lixeira.

É feio atirar lixo para o chão. Se todos fizermos isso, a cidade fica horrível. É chunga obrigar os lixeiros a apanharem os nossos descuidos. Mas não é um crime ambiental. Não não não.

P.S. Qual é a ideia das pessoas que, na maior das descontracções, abrem a janela do comboio e deitam fora o que estiver a estorvar na altura? Isso consegue ser pior do que deitar lixo numa cidade, porque o comboio anda mais pelas zonas não-urbanas. Talvez façam isso porque sabem que nunca mais vão ver o lixo na vida. Bye bye lixo.


 
OBRAS
gadgets

Hoje juntei mais um gadget ao meu blogue. Pus um medidor de entradas para saber se aguém visita o coisas. Agora vou pôr tudo em pratos limpos.

Tentei fazer com que o contador não registrasse as minhas visitas. No entanto, se restringir o meu ip, o contador não regista as visitas de ninguém aqui do sítio onde trabalho. E assim ficava sem saber as visitas de quem mais vê a minha página.


quarta-feira, dezembro 17, 2003
 
RECORRÊNCIAS
má-língua

Tenho lido blogues de pessoas que adoram falar (bem ou mal) das pessoas com quem convivem diariamente. Ainda não consigo fazer isso. Nem sei se quero.

Há as coisas do dia-a-dia e as coisas do blogue. Para mim são duas coisas distintas. Comentei a questão da virgindade aqui, mas não gosto de falar disso com outras pessoas. Por estranho que possa parecer, prefiro transmitir informação pessoal como essa a muita gente através do blogue, mas tenho vergonha de o dizer a alguém.

Quando blogo, não tenho de olhar ninguém nos olhos.


terça-feira, dezembro 16, 2003
 
RECORRÊNCIAS
amar / gostar
ter / querer

Mais ou menos na mesma altura, ainda durante o curso, travei com diferentes colegas estas conversas tão semelhantes:

Primeiro com um amigo que namorava com uma miúda baixinha:
ELE-Se há coisa que gosto, é de pernas grandes, elegantes. Pernas até ao cú!
EU-Tiveste azar, hem?

Depois tive duas conversas separadas com dois amigos que namoravam um com o outro (ela magrinha, ele preguiçoso)
ELE-Eu gosto é de chicha, percebes! Chicha!
EU-Calhou mal, então?

ELA-Eu não consigo estar com alguém preguiçoso, tem de ter genica!
EU-Então e o ____?...
ELA-...Tens razão.

Já cheguei à conclusão que, muitas das vezes, os extremos se atraem. Posso ficar chocado quando vejo um casalinho em que o tipo é que toma as decisões, enquanto que ela é caladinha e submissa. Mas não estranho quando vejo o inverso, um tipo morcão e a gaja autoritária e despachada. Ambos os casos são iguais, não há dúvida.

Também noto que uma coisa é o que se ama (o que se tem), e o que se gosta (o que se quer). Sempre tive a ideia que gostava de mulheres mais baixinhas que eu, com sardas e com o cabelo encaracolado castanho/loiro. Todas as miúdas com quem já estive eram mais baixas que eu, mas nenhuma tinha as outras características que mencionei acima. Mas amei-as da mesma maneira, cada uma de uma forma diferente. Aquilo que se gosta e aquilo que se ama são coisas bem diferentes. As compatibilidades não se antecipam.




P.S. Apesar de ser baixinho, é natural ter estado apenas com miúdas mais baixas que eu. É uma teoria que ainda hei-de desenvolver melhor.


 
CONCORRÊNCIA
violeta

"16/12/2003 00:38
Se está com medo, por que veio?

Muito engraçadas as opiniões a meu respeito, a começar
pelo post
que motivou os comentários.
Se tem uma coisa que eu realmente não sou é um farol.
Eu não posso "mostrar o caminho" nem da Av.Paulista até a minha casa, eu nunca sei onde eu estou, eu estou sempre perdida, eu sou perdida e isso não
é uma metáfora.
Não me sigam, porque eu não sou nada que alguém possa desejar ser: eu sou pobre, me visto mal, sou socialmente incompetente, não sei conversar sobre trivialidades, não sei me sentir à vontade entre estranhos, não sei esconder o quanto me sinto extremamente tímida, vulnerável e inferior diante de certas pessoas intimidadoras.
Odeio ser tão sensível, odeio ser tão vulnerável, odeio não conseguir enxergar felicidade onde todo mundo enxerga, odeio o fato de que minha suposta inteligência é tudo o que eu tenho. Odeio tudo a meu respeito. Eu me odeio.
Eu não estou "brincando de rebeldia". Eu sempre fui assim, nunca me esforcei pra isso. Eu nunca fui igual às outras pessoas e sempre me esforcei de forma absurda pra me comportar igual a todo mundo.
Eu não sou histriônica, eu falo pouco. Muito pouco. Falo pouco e falo baixo. Sou irritantemente calada e silenciosa. Mas, ainda assim, incomodo muito. Talvez porque eu seja melancólica demais. Ninguém gosta de pessoas melancólicas. Sofrimento é bonito no cinema e na literatura, mas, na vida, as pessoas querem alegria. Alegria que eu só tenho quando finjo e quando bebo. Portanto, eu não sou uma boa companhia e
ninguém jamais conseguirá conviver comigo, porque minha presença é um fardo.
Eu não sofro e tento me cortar porque eu não sei o que fazer com minha liberdade, mas porque eu sou uma mulher doente num mundo doente. Eu sou o próprio homem elefante do filme do Lynch, eu sou uma deformidade, uma aberração. Não existe, no mundo, um lugar para alguém como eu e não há ninguém capaz de enxergar o que se esconde por trás de minha monstruosidade.
Não me leiam, não me leiam, não me leiam."

Esse foi o primeiro texto que li do violeta hardcore (que era o primeiro da lista, ou seja, o último a ser escrito). Acho que, começando a ler um blogue logo por este texto, só dá vontade de continuar a ler. Estou-vos a escrever isto tendo apenas lido este texto, mais nenhum, e já estou a recomendar o blogue! Mas vão lá e leiam, nem que seja para me desmentir.

Esta mulher, como eu, é "normal". Não consegue viver num mundo mainstream. Vive em constante conflicto com ele. É sua inimiga confessa. No entanto, parece-me que ainda não conseguiu, como eu, estar em paz consigo própria. A paz interior de alguém é algo bem difícil de conseguir.

Eu não conheço essa violeta. Não sei qual o aspecto dela. No meu caso, devo admitir, foi fácil chegar a acordo comigo mesmo. Foi durante a faculdade. Talvez a primeira altura da minha vida em que comecei a ser respeitado pelos meus pares. Em que comecei a ter amigos verdadeiros. Bons amigos. Onde as minhas ideias e feitos começaram a ser elogiados e apreciados. Aí comecei a gostar de mim mesmo. 'Se não gostares de ti, quem gostará?'

Assim, sem hipocrisia, comecei a ver as minhas qualidades e a gostar delas (das qualidades; das miúdas sempre gostei). Sou um tipo atraente. Nunca tive problemas económicos. Os estudos sempre me correram bem. Não tenho doenças graves. Gosto das coisas que faço enquanto arquitecto (só projectos, ainda). Gosto de achar que, não sendo uma pessoa inteligente, consigo ser inteligente e bom em relações às coisas que me atraem (arquitectura, escrita).

Eu sou assim. Acho que foi fácil. Mas para certas pessoas deve ser difícil. Pessoas feias. Pessoas gordas. Pessoas sem sucesso profissional. Pessoas renegadas pelos outros a vida toda. Costumo pensar que todos somos bons em 'algo'; alguns ainda não descobriram esse seu 'algo'. O que não quer dizer que não devem gostar de si próprias. Todos temos uma riqueza interior muito específica. Todos temos a nossa beleza. Estar vivo é lindo. Conhecer outras pessoas é tão bom! Amar!

Se não houvessem blogues, haveria ainda um grande número de pessoas a pensar que seriam óptimos escritores, mas sem saberem por onde começar. Sempre quis escrever um livro, e agora que comecei o blogue, muito mais. Mas, para as pessoas que referi anteriormente, haverá (se calhar) ainda coisas por inventar em que elas sejam boas. Ou já existem e elas ainda não as descobriram.

Quando me sinto mal comigo próprio, costumo pensar algo assim: 'Como posso estar chateado? Há tantas pessoas com problemas a sério que conseguem viver as suas vidas!'. Acho que isto diz muito.


 
RECORRÊNCIAS
recessão

Tá-me cá a querer parecer que o meu blogue é assim um bocadito para o cinzentão (também achaste que poderia ter escrito isto com metade das palavras? É verdade, o meu blogue está em recessão). Blogando através de alguns blogues brasileiros, fiquei ainda mais consciente dessa realidade. Pelos vistos, os tipos até nos blogues são mais coloridos! Já não bastava as novelas, o samba, a música, o futebol, a escrita, agora até nos blogues eles nos ganham em vida!?

Gostava de ter um blogue mais colorido, mas não queria pôr fotos. Não queria transformar isto num fotolog. Acho que as fotos roubam algum protagonismo ao texto, que devia ser rei e senhor no meu blogue. Talvez fosse boa ideia pôr cada blogue com uma cor diferente. Nem sei...


 
INSTANTÂNEOS
cio

Apesar de haver um ou outro escondidos atrás, hoje havia apenas dois gatos no tolde. Macho e fêmea. À distância, parecia apenas um.

Não sabia que a época do cio já tinha começado.


segunda-feira, dezembro 15, 2003
 
NEGAÇÕES
bandas sonoras de blockbusters

Mais uma série de posts temáticos... Depois dos muito concorridos OBSESSÕES e OBRIGAÇÕES vou criar uma nova série. NEGAÇÕES refere-se às coisas a evitar. Às coisas que devem ficar à distância, para manter uma sanidade mental sã.

Costumo dizer que não se consegue fazer um bom filme com má música. O que não quer dizer que não tenha já visto filmes muito bons com música normal (apesar de não me lembrar de nenhum!). Eu saí do Diário de Briget Jones tão azucrinado com a música que nem me lembro bem se gostei do filme. O mais provável é não ter gostado. Se uma música mal escolhida pode estragar uma cena, uma banda sonora mal escolhida estraga um filme.

Também há o risco de a música se sobrepor ao filme. Lembram-se do piano? O filme é muito bom, mas acho que gostei mais da música. Às vezes o filme é apenas o veículo para uma música. Também pode ser. Lembram-se do The Wall dos Pink FLoyd?

Acho que a mensagem que quero deixar é: quem gosta de boa música não vê blockbusters.


quinta-feira, dezembro 11, 2003
 
RECORRÊNCIAS
preconceito

Tava mesmo agora a ler este texto do Alexandre Cruz Almeida sobre a situação sempre evitada de dizer 'é aquele, o preto!'. Nunca percebi esse problema que as pessoas têm de chamar as coisas pelo nome. Quando passa um loiro na rua e quero referi-lo, digo 'é o loiro'. Com um preto ou um oriental digo a mesma coisa. Mas qual é o problema disto? Também posso dizer 'é aquela, a mamalhuda' sem perder a razão, se a tipa for mesmo mamalhuda. Ser um gajo comunicativo tem destas coisas, há quem não goste...


 
CONCORRÊNCIA
trenguices

Mais um blogue, mais uma viagem. Desta vez o Mário de Sá Peliteiro, que escreve bem e com piada. Apesar de ser farmacêutico e gostar de política faz questão de não nos maçar exageradamente com essas questões. Escreve com leveza mas com contundência. E é da Póvoa, ou seja, um honrado patrício!


 
OBSESSÕES
metro do porto

Esta é uma das minhas maiores obsessões. Sou, por natureza, um amante de mapas. Desde que arranjei o mapa mais recente do metro, tenho-o sempre disponível ao meu lado para dar uma espreitadela rápida entre dois blogues. Eu sei que o metro ainda tem apenas uma linha, mas o meu mapa mostra como será a rede daqui a 2 anos, +/-. Eu olho e faço previsões, tento imaginar ligações, lógicas e soluções.

Transportes públicos. Intermodularidade. Poupança de energia. Ecologia. Revolução urbana. Rapidez. Modernidade. Funcionalidade. O metro do Porto já é bom. A partir daqui só pode melhorar.


quarta-feira, dezembro 10, 2003
 
RETROCESSOS
a normalidade I

Este texto é sobre os normais (os homens). Quase todas as situações se aplicam também às mulheres; dá é muito trabalho pôr em cada frase “namorado/a”. Vocês compreendem.

A coisa mais normal que existe é querer ser normal. Só os putos adolescentes irreverentes pensam o contrário. Para estes, a normalidade não presta. É chunga. Também já fui um destes adolescentes, sempre a querer ser diferente. Vivia numa constante negação da normalidade. Hoje em dia, o que mais quero é ser normal. Como é óbvio, a minha ideia de normalidade é bastante diferente da dos outros. Quero ser "normal" comigo mesmo. Não me rejeitar. Aceitar o que sou. E, acima de tudo, fazer as coisas que eu considero "normais". O que eu noto é que, para eu me sentir "normal", tenho de ser um pária para o resto da sociedade. E aqui, meus caros senhores, temos um paradoxo.

As sociedades, para existirem, têm de ter uma população numerosa. Em todas as sociedades até agora, sem excepção, a grande maioria das pessoas pautava-se pela mediocridade. Eram os normais que formavam o grosso da sociedade. Eram eles que faziam a guerra, que serviam os reis. Hoje em dia, na sociedade portuguesa, 90 e tal por cento da população pauta-se pela normalidade. Pessoas com objectivos de vida muito específicos: estudar (até onde der); casar; ter filhos; ter uma casa; reformar-se; morrer. Claro que pode não ser nesta ordem, nem me parece que alguém tenha como objectivo de vida morrer, mas é mais ou menos isto. Na cabeça das pessoas a vida é mesmo assim.

Estudar: a ideia de educação superior é recente. Em muitas situações, tiram-se cursos porque os pais querem (e aí inscrevem os filhos em qualquer sítio) ou apenas para mostrar aos outros. Quem fica pelo Secundário é chunga. Quem apenas tira um curso técnico-profissional fica para trás. É a moda dos cursos superiores. Não precisamos dum país de doutores.

Casar: esta é a ideia essencial na mente das pessoas normais. Casar e casar bem. Como a maior parte das decisões tomadas pelos normais, resultam de considerações de 'aspecto'. Dá 'bom aspecto' casar com uma mulher com 'bom aspecto'. Quando se apresenta a noiva aos pais, a primeira consideração que eles fazem é ‘é bonita’ ou ‘tem bom aspecto’. Mulher bonita e com 'bom aspecto' é essencial. E normal. O que tem dentro do cocuruto que se lixe. Desde que ‘dê bom aspecto’. Claro que antes de se casar tem de se namorar. Escolher bem. Quando se acha que se escolheu bem, tratar essa namorada bem, não correr riscos, para que esse namoro dure até ao dia do casamento. Num namoro que não vá dar em casamento, pode-se chutar a namorada à vontade, porque 'não é coisa séria'.

Ter filhos: esta é a cláusula menos obrigatória. Nem toda a gente tem sonhos de vir a povoar o mundo com rebentos seus. No entanto, quem não o faz é também olhado de lado. Quando um casal não tem filhos, ou ‘é por não serem férteis’ ou porque ‘ele não é homem’.

Ter uma casa: na ideia das pessoas, uma pessoa com um apartamento é apenas alguém que ainda não conseguiu ter uma casa sua. O sonho de muita gente é morar a cinco minutos do centro da cidade mas numa casa no meio do campo! E, invariavelmente, as pessoas têm casas grandes demais para as suas necessidades e terrenos que não usam.

Reforma: há gente com a minha idade já a pensar na reforma! Ouvi no outro dia no shopping um tipo a discutir isso com a namorada. A vida profissional é, para muita gente, não a fase da vida em que se concretizam sonhos e desejos, mas uma antecâmara para a reforma. É a fase da vida em que a reforma é planeada! Não dá para generalizar, mas há muitos a pensar assim.


Ser normal implica muita coisa. Vai-se ao shopping ao fim-de-semana ver as montras. É óbvio que está cheio de gente, mas é o que é normal. Passear com a namorada à beira-mar ao Domingo, apesar de ter mais gente que o shopping. Passar o serão na casa dos pais da mulher, apesar de os detestar. Comprar presentes de natal para toda a família, sem pensar individualmente em cada um dos presentes, mas apenas pela obrigação de comprar. E muitas mais coisas.

Um normal veste-se como os outros. Corta o cabelo como os outros. Acaba por viver como os outros, o que me leva a imaginar que um normal pensa como os outros. Um normal não corre riscos. Apesar de tudo, o homem continua a ser um animal; e um animal tem de sobreviver. Correr riscos é contra-natura. Assim sendo, quanto mais te deixares levar pela corrente, menos tens de pensar por ti.

Haverá sempre normais. Uma sociedade com muitos normais tem menores capacidades evolutivas. Um normal não tem sentido crítico. Portugal é uma sociedade com muitos normais; não há vontade de mudar coisas, pois sempre se fez assim.

No entanto, a sociedade vai mudando. Cada vez há mais mães solteiras, mas também solteirões para a vida toda. Cada vez há mais homossexuais a declararem-se e mais casais homossexuais. A sociedade está numa revolução profunda.

Não se enganem: não sou como o Raskolnikov, personagem do Crime e Castigo do Dostoievski. Ele achava que, do meio da turba, surgiam às vezes seres notáveis (ele referia o Napoleão) que, por serem superiores aos outros, podiam cometer crimes com impunidade, por serem seres excepcionais. Não defendo esta teoria. Somos todos iguais, da mesma maneira que temos todos os mesmos direitos.

Eu sou "normal". Mas não sou normal.


 
INSTANTÂNEOS
post maldito

Acho que depois do post da virgindade perdi a pica para escrever. A verdade é que já andava com aquele assunto a zumbir-me na cabeça há mais de um mês. Se não o escrevesse, arrebentava. O que aconteceu é que agora, sempre que penso no coisas, penso naquele blogue que escrevi e nas consequências que teve (e ainda irá ter). Não saio da cepa torta.


segunda-feira, dezembro 08, 2003
 
INSTANTÂNEOS
apresentação

Algo que já devia ter feito logo nos primeiros posts: vou-me apresentar.

Chamo-me Nuno Gomes Lopes e nasci no Porto à 23 anos. Quase sempre vivi na Póvoa de Varzim. Tenho 1,71m e peso 63 Kg. Tenho cabelo castanho escuro encaracolado. Sou arquitecto estagiário licenciado pela DAAUM em Foz Côa, no Parque Arqueológico.

Vivo sozinho na minha casa, mandada construir pelo meu pai. Neste momento estou na empresa do meu irmão, que é na casa do lado, e igual à minha.

Levo uma vida bastante solitária. Talvez por me agarrar de uma forma ostensiva aos meus ideiais, ganhei o hábito de fazer as coisas sozinho. Não estou à espera que me acompanhem. Mas adoro ter companhia. Quando perder os amigos perco tudo, costumo pensar.

A solidão dá cabo da cabeça, mas antes só que mal acompanhado. Acho que me fazia pior estar com alguém de quem não gostasse do que estar sozinho.

O que noto é que a nossa sociedade está virada para os casais. Quem namora ou está casado é normal. Quem não tem ninguém, como é o meu infeliz caso (chuif), pensa que algo está mal consigo. É muito difícil manter a minha auto-estima em dia. Talvez seja fraco de espírito. Houve uma altura em que uma rapariga me disse pelo telefone que eu devia pensar mais na minha auto-estima. Eu já lhe andava a telefonar-lhe há bastante tempo, e a única coisa que consegui combinar com ela foi um café. Foi nessa conversa pelo telefone que me apercebi que ela namorava. Mas quando ela me perguntou pela minha auto-estima, só quis explodir. A minha auto-estima está muito bem, obrigado. E a tua?

Ser homem tem destas coisas. O homem quer-se mulherengo, com um grande historial de quecas e requecas e sem sentimentos profundos pelas mulheres que comeu. Eu tenho 23 anos e sou virgem. Devia-me sentir mal com isto? Não, mas é como me fazem sentir os preconceitos sociais. É por isso que nunca o refiro numa conversa. E é por isso que, quando na Terça chegar ao emprego, vão-me todos olhar de um modo diferente. E vão inventar piadas sobre mim.

Este é o compromisso que tenho com os meus leitores. O meu primeiro blogue dizia que eu estaria sempre nu. Por isso vou ser sempre sincero com vocês.

O Pipi não é o blogue do super-fodilhão? Este passa a ser o blogue do virgem com 23 anos.


 
INSTANTÂNEOS
gripe fodida

Já há uns dias o Pedro Lomba descrevia o estar doente, e a angústia inerente. A angústia de não fazer nada. As ideias correm-nos diante dos olhos e nem força temos para levantar o dedo grande do pé, como a Uma Thurman. Mas, como ela, consegui vencer o dragão da bronquite e pô-lo de rastos. Antes que ficasse eu de rastos.

Prontos. Aí está a razão de uma semana sem blogue. Também eu aderi à moda das gripes. Sou um vendido!




P.S. Começar um blogue com ? Começou a fase Eduardo Prado Coelho...


segunda-feira, dezembro 01, 2003
 
INSTANTÂNEOS
os direitos das biclas

Quem anda de bicicletas devia pagar menos impostos. Em muitos aspectos, é melhor para a todos.

Ando de bicicleta porque gosto. Essa é a primeira razão. Se fosse uma pessoa altruísta, diria também que assim não poluo o ambiente. O que é verdade. Se todos andassem de bicicleta ou de transportes públicos, já não havia problemas de estacionamento. Nem era necessário construir ou alargar auto-estradas nas áreas metropolitanas. Ou construir novos túneis.

Para já não dizer que andar de bicicleta faz bem à saúde. E aos rins e ao fígado.


P.S. Hei-de encontrar os putos que mandaram um biqueiro na minha bicla. A bicla estava parada à porta de casa, sem fazer mal a ninguém. Quando os apanhar vou-lhes dizer: "Isso não se faz, seus malandros!". Para eles aprenderem!

Já devem estar a tremer.


 
RETROCESSOS
chavões

De quando em vez leio numa entrevista a algum cantor famoso ou afim a frase 'sei que não vou mudar o mundo'. Com toda a convicção.


Um chavão.


Ainda mais vezes ouço as pessoas a dizerem 'este país não vale nada' ou 'isto é uma vergonha' ou 'assim o país não anda para a frente'. Como se fossem eles próprios exemplos a seguir. Estas pessoas são as mesmas que nos serviços públicos fazem o serviço menos público possível, e que nos dizem 'a mim não me pagam horas extraordinárias'.


Não há uma ideia de conjunto em Portugal. Se pensarem todos assim, NADA muda. Eu tento pensar que sou o gajo que dá o exemplo. Só posso esperar que as pessoas sejam boas para mim se eu for bom para elas. Tento não deitar lixo para o chão. Ser simpático para os outros. Andar de bicicleta.


As pessoas, no entanto, dizem 'os outros fazem, por isso faço igual' ou 'a culpa não é minha, é do sistema'. 'Sejam grandes!', diz o Alexandre Cruz Almeida. É um mote.


Portugal é o país onde mais se morre na estrada. No mundo. Só ultrapassado este ano pela China. A China, com o seu bilião e tal de habitantes. E só agora nos passaram (pela direita, de certeza). Porque conduzimos assim? Muita gente diz 'eu sei que está mal, mas não quero ficar para trás' ou 'da próxima faço direito'. Eu posso criticar mas sei que também faço incorrecções a conduzir. Mas recrimino-me por isso. E tento sempre cumprir as regras.


Eu digo: -Eu vou mudar o mundo! Vou ser bom para os outros! Vou ser reinvidicativo! Vou ser esperançoso! Vou ter esperança nas portugueses!

Espero nunca reescrever estas linhas. Que se mantenham para sempre.




P.S. Às vezes ouço as pessoas dizerem 'sabes, eu não me levo muito a sério'. Relativo ao meu blogue, eu digo que podem levar a sério tudo que eu escrevo. Ou não. A mim têm de levar a sério. Como eu tento sempre levar todos a sério.

P.S.2 Afinal lembrei-me de um dos temas que me andavam a chatear. :) Este era um deles. O outro era sobre eucaliptos, mas não devia ter interesse. Mas ainda hei-de escrever sobre esses gajos.


 
RECORRÊNCIAS
blogue da minha vida

Gostava de poder blogar a toda a hora. De certo que há maneira. Há mil questões que me vão surgindo ao longo do dia, mas quando chego à frente do pc elas desvanecem-se. Hei-de arranjar um daqueles telemóveis todos quitados da 18ª geração e blogar de onde estiver. Aí, sim, serei o Ícaro dos blogues. Serei o bloguista supremo.


 
RECORRÊNCIAS
blogar

Gosto muito de blogar. Blogar é fixe. É bué.
Por mim blogava o dia inteiro. Blogava-me todo. Enchia de blogue a minha vida. E a vida dos outros. Era o bloganço total.
Quanto mais blogo mais aprendo. No blogue é que está o ganho. Conheci já muitos blogues. E os bloguistas desses blogues. Nem todos são boa gente, de certeza. Mas são todos bons bloguistas.

Só tenho uma coisa a dizer aos que não blogam:






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