coisas do gomes
Este é o blogue do Nuno Gomes, mau futebolista mas incrível jogador de campo minado. Se não quiseres comentar publicamente, não hesites em escrever para aulasdeviolino@lsi.pt. Para consultas urgentes, contactem-me no messenger com aulasdeviolino@hotmail.com. Os meus livros para troca.
sábado, fevereiro 28, 2004
 
INSTANTÂNEOS
Barcelona
fim da viagem


Veneza não tinha internet, por incrível que pareça. De volta a Barcelona. Ai que saudades da minha terrinha...


sábado, fevereiro 21, 2004
 
INSTANTÂNEOS
Barcelona
cheiro feminino


Não sei do que sinto mais falta, se duma mulher se do seu cheiro. Do toque, apenas. Quando se ama alguém também se ama o seu cheiro, o passar a boca pela pele como quem respira, tocar com a língua tudo o que existe. Hoje passei por um casalito que se beijava. Ver o acto trouxe-me um bafo de sensualidade, trouxe-me memórias de cheiros intensos e apaixonados. Passei a maior parte da vida sozinho, o cheiro duma mulher é sempre uma recordação distante.


sexta-feira, fevereiro 20, 2004
 
INSTANTÂNEOS
Barcelona
Caixa-Forum


Faz frio em Barcelona! Mas é um frio bom. Estar aqui torna tudo, senao agradável, pelo menos aceitável. Dá-me vontade de morar em Barcelona, de deixar Portugal, comprar um bicicleta e ser feliz aqui, aprender catalao e ver o Barça jogar todas as semanas. Quase me esqueço do quanto gosto de morar em Portugal. Dêm um país a esta gente! Devolvam-lhes a sua identidade!

Vinha para cá com uma ideia de ver arquitectura em contra-relógio, de aproveitar ao máximo o tempo que tinha disponível. Ainda fiz pouco, mas tem-me sabido a muito.

Estes gajos nao tem tiles mas têm acentos circunflexos e cês cedilhados! Nao percebo nada!


quinta-feira, fevereiro 19, 2004
 
INSTANTÂNEOS
Barcelona
193


Finalmente me lembrei duma conclusão que não cheguei a tirar num post anterior. Confusos? Eu esclareço. Sou o 193º blogue mais visitado em Portugal, com 931 visitas totais e uma média de 17 visitas por dia. O dado curioso é que à minha frente existem apenas 9 blogues com menos visitas totais. Isto significa que o coisas existe há menos tempo que a maior parte dos blogues que estão à minha frente, e que mesmo assim está nesta posição. Pode parecer pouco, mas para mim tem significado, sendo o coisas como é. Quase nunca falo de política nem da casa Pia nem de sexo, e mesmo assim tenho leitores. O meu obrigado para eles, todos os 10. E aos que me linkaram, como o Alexandre, a Sofia, a Lénia, a ella e o gajo-das-bandeirinhas-que-me-linkou-já-não-sei-porquê.


quarta-feira, fevereiro 18, 2004
 
INSTANTÂNEOS
Barcelona
banda-sonora da viagem


MDs que trouxe comigo:

Aimee Mann_ Lost in Space
Air_Talkie Walkie
Beastie Boys_Ill Communication
Belle Chase Hotel_Fossanova
Bullet_The Lost Tapes
Chico Buarque_As Cidades
Cibo Matto_Stereotype A
Deltron 3030_Deltron3030
Faith No More_Angel Dust
Fausto_A Ópera Mágica do Cantor Maldito
Justin Timberlake_Justified
Lovage_Music to make love to your Old Lady by
Maria Rita_Maria Rita
Marisa Monte_Mais
Pizzicato Five_Playboy & Playgirl
Pulp Fiction
The Cardigans_Life
Yann Tiersen_Le Fabuleux destin d'Amelie Poulain
Yeah Yeah Yeahs_Fever to tell


terça-feira, fevereiro 17, 2004
 
INSTANTÂNEOS
preparativos

Tudo pronto. Mala feita, assuntos tratados, roupa nova. Só falta a boleia. Hoje durmo em Viana, antes de Vigo. Se dormir, pois o vôo é às sete e vinte galegas, seis e vinte de cá. Ora duas horas de antecedência, mais meia para dar com o aeroporto, mais quarenta minutos para chegar a Vigo, mais uma hora para acordar para tomar banho... Tenho de acordar às duas e dez da manhã. Acho que mais vale não dormir.


segunda-feira, fevereiro 16, 2004
 
PORTUGAL BOM
Super Bock

Esta série tem a ver com as coisas boas de Portugal. Ou então dos nossos produtos de exportação, que não são necessariamente coisas boas mas sempre vendem a nossa imagem lá fora. Pelo bem e pelo mal, é sempre bom informá-los que existe um país chamado Portugal (que não é colónia de Espanha) e que faz coisas, como por exemplo o coisas :) Deixo para outra altura falar das coisas más, que também têm piada.

"Depois do Festival de Cerveja da Grã Bretanha, em Londres, todos os presidentes das empresas de cerveja saíram para beber um copo.
O presidente da Corona senta-se e pede ao barman: -Senhor, quero a melhor cerveja do mundo, a Corona!
O sujeito da Budweiser diz: -Quero a melhor cerveja, a Rainha das Cervejas, a Budweiser!
O dono da Cors exclama: -Quero a única cerveja feita com a água das Montanhas Rochosas: a Cors!
O da Super Bock diz: -Dá-me uma Coca-Cola.

Os outros olham para ele e perguntam: -Então? Não vais beber uma Super Bock?
Ele responde: -Foda-se, se ninguém está a beber cerveja, eu também não bebo..."


domingo, fevereiro 15, 2004
 
INSTANTÂNEOS
mar

Há uns dias perguntou-me o meu bom amigo e recém-papá Jorge se eu tinha saudades do mar. Não, esperem, perguntou-me como conseguia estar tanto tempo longe do mar. Eu respondi-lhe com a minha mania habitual de quem sabe tudo que 'como sou de uma terra com mar, já estou habituado, e tenho a minha enchente de mar todos os verões'. Então ele contrapôs que o meu patrono, que mora na Foz do Douro num apartamento virado para o mar, tinha vindo uma vez de viagem e só dizia 'eu tenho de ver o mar, eu tenho de ver o mar'. Respondi-lhe que eu não era assim.

O que aconteceu hoje deixou-me a pensar duas vezes. Fui à baixa deixar umas fotos a revelar, e na horita livre até estarem prontas dei um salto ao lendário Diana-Bar, hoje convertido em biblioteca de praia. O sítio é dos mais bem conseguidos cafés onde já estive, conseguindo combinar perfeitamente a vertente urbana e a relação com o elemento natural, neste caso a praia e o mar. Ler o jornal no piso de cima e a ver o mar vai passar a ser, certamente, a minha próxima obsessão.

Voltando ao tema inicial: é um prazer ver o mar, revolto ou não, sob um céu claro ou não, com muita ou pouca gente. É sempre bonito per se. Hoje estava especialmente bonito, com um céu aberto, um casal a namoriscar, e tudo isto visto de dentro do Diana-Bar, sem sentir o irritante vento poveiro.

Ver o mar é viciante, mas também o é acordar no Pocinho e abrir a janela e ver andorinhas quase a tocarem o vidro. Ou ir até Figueira e ver vinte tipos de pássaros diferentes, e notar a diferença entre as amendoeiras a florirem brancas e outras rosa. A Póvoa só tem pombas, gaivotas e pardais, Trás-Os-Montes não tem mar.


Cada um curte como pode.


 
RECORRÊNCIAS
raibantes novos

Sabem aquele frenesim do artigo recém-comprado, que temos de usar logo, e durante o máximo de tempo, mesmo que não dê jeito?

Pois é, tenho óculos de sol novos, os primeiros em anos. Mal os comprei entrei no parque com eles postos, fazendo questão de percorrer todos os recantos para que todos me vissem com eles. E se não reparassem, eu fazia-os perceber. 'Olhem, não repararam em nada de novo em mim?' 'De certeza?' 'Olhem de novo.' Ah, que sensação boa.

Hoje andei todo o dia com eles. A conduzir, enquanto era de dia. E quando caiu a noite. A segurar o cabelo no shopping. Postos para ler nas exposições em Serralves.

Da última vez foi com a bicicleta, nunca tinha oportunidade de andar com ela. Mas já passou. A febre dos óculos vai passar logo, também.


sábado, fevereiro 14, 2004
 
OBRIGAÇÕES
Maitena

Nâo tenho palavras, tá tudo aqui...




sexta-feira, fevereiro 13, 2004
 
FICÇÕES
carta ao Eça

publicada no Público (página e jornal) em 11_02_2004:

"Caro Eça, escrevo-lhe esta carta com algum atraso, admito. Espero não o fazer tarde demais, pois ouvi uns rumores que teria morrido. Espero que tenha recuperado, pois isso de morrer não faz bem a ninguém.

Nunca li um livro seu, com grande pena minha. Tentei ler os resumos da europa-américa de um livro seu muito conhecido, não sei se seriam os maias ou os maiatos, mas não consegui passar da capa, porque adormeci antes. Nunca mais dei com ele porque costumo adormecer à porta de casa por não dar com a chave, e no dia seguinte não me lembro de me levantar, o livro deve ter ficado para trás e o lixeiro levou-o.

A minha mulher já leu os seus livros todos, só sou eu a escrever porque ela teria vergonha de dar a cara. Eu até a compreendo, mas não a entendo. Ela via as suas personagens em todos os sítios onde íamos. Na missa, o padre caloiro fazia-lhe lembrar o Amaro, o nosso médico de família era, sem tirar nem pôr, o Carlos da Maia. E um homem barbudo que conhecemos num cruzeiro no Mediterrâneo era o Raposo. Não sei se ela dizia isto apenas para me irritar, mas sempre tive ciúme do amor que ela dedicava à sua leitura e releitura da sua obra, e do interesse que ela tinha para conhecer melhor esses 'sósias' das suas criações. De um momento para o outro passou a ir três vezes por semana à missa, e a confessar-se sempre que entornava um chá. As enxaquecas passaram a ser diárias, e só o facto de a estrada ter ficado inundada a impediu de ir mais vezes ao médico. Por último, criou-se nela uma ideia macabra de passar a vida a cruzar o Mediterrâneo, fazendo a vida dela a partir do paquete. Nem sabia o que pensar.

Até que há dois anos recebi uma carta que dizia, singelamente, que tinha conhecido um tal de Ramires, e adeus. Levou apenas o panrico e o aquário de peixes de água-doce.

Eça, esteja onde estiver, obrigado por nada."


quarta-feira, fevereiro 11, 2004
 
TRADUÇÕES
bowling for Columbine

'Bowling for Columbine' foi no Brasil estupidamente traduzido para 'Tiros em Columbine'. É verdade que a tradução é sempre uma profissão ingrata, principalmente quando se trata de títulos e quando são se utilizam expressões como esta. Bem traduzido seria algo como 'Jogando bowling por Columbine', penso eu. Mas há sempre uma grande diferença entre a tradução e o original.

Chamar 'Assalto Infernal' a um filme com o nome de 'Cliffhanger' é insultuoso. Só um idiota não percebe a mentira da tradução. O tradutor não será burro, talvez esperto. Mas traduzir 'we've got a match' (temos uma coincidência ou algo assim) por 'temos um desafio'? Isto já nem idiota é...


 
INSTANTÂNEOS
yupiiiiiiiii

Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico! Venhonopúblico!


 
INSTANTÂNEOS
exageradamente influenciável

Leio a Averbuck como quem lê a data da sua execução todos os dias, esperando que ela não chegue. Como quem se pendura de um penhasco e olha a corda enquanto a vai cortando. A minha vida não é isto, não é esperar 20 anos até deixar de ser escravo, não é esperar 5 anos até que o desenho se materialize em projecto, não é viver na Póvoa só porque o meu pai me fez uma casa. Quero mais, quero viver, quero sentir, ser feliz e infeliz, mas escrever sempre, sempre. E não viver sabendo de antemão o dia seguinte.


 
CONCORRÊNCIA
blogues bifes

Os bifes também têm blogues! O Guardian fez a eleição do melhor do ano. Admito que ainda não conheço blogues fora do Brasil e Portugal, mas acho que esta lista de vencedores é um bom início. Boa blogagem!


terça-feira, fevereiro 10, 2004
 
OBSESSÕES
Clarah Averbuck (renascida)

Acho que ando a ficar muito obcecado pelo formato do blogue e pelas correntes que impus a mim mesmo. A escrita anda a perder espontaneidade. Desta maneira tão simples, a Averbuck sintetizou o modo como eu vejo o mundo.

Eu tou enlouquecendo. É sério.

Eu não sei viver no mundo dessa gente louca que trabalha e não vive, trabalha e não lê, não ouve música, não trepa, não vai ao cinema nem sai pra encher a cara. Não fazem nada, como conseguem viver? Do que eles se alimentam? Deve ser por isso que as pessoas parecem tão desinteressantes de perto, bem de pertinho. Elas estão ocas.

O mundo está cada vez mais oco.


Viram a rapidez com que a Averbuck passou de CONCORRÊNCIA a OBSESSÃO? Eu devo apaixonar-me muito rápido, mesmo. Mas ela é tão linda...


 
DEFEITOS
o meu reino por uma bisca

Não sei biscar, ou bisgar, nem sequer escarrar. Nenhuma delas. Ainda bem, dirão as minhas leitoras. Ainda mal, digo eu. Qualquer dia morro engasgado. Já estive bem perto, uma vez, enquanto jogava futebol, mas ninguém notou. É a história da minha vida. Acontecer-me algo e ninguém reparar. Expectoração presa. O que consigo fazer mais próximo do escarrar é simular o gregório para deitar fora a bisca. Por mais nojento que possa parecer. Mas esses são momentos que gosto de guardar para mim, não gosto de os partilhar com alguém. É como a masturbação, não é para fazer em grupo.

O problema é a expectoração em público, bastante frequente agora no Inverno. Tenta-se lutar contra ela. Tenta-se engolir (eu não, mas acredito que o façam). Vira-se a cara enquanto se engendra um esquema enquanto se luta contra a bola na laringe. Tenta-se ir um número mínimo de vezes ao quarto-de-banho, enquanto que lá dentro tenta-se não quebrar os vidros com urros gregorianos.

Não é fácil, eu sei, mas hei-de conseguir. Vou aprender com os melhores. Os adeptos de futebol. Juro-vos, nunca vi maior máquina escarradora que um varzinista que corria a linha lateral sempre a biscar o bandeirinha. Acho que qualquer árbitro auxiliar que arbitrasse na Póvoa chegava a casa querendo mudar de profissão. Ou, pelo menos, de roupa.


segunda-feira, fevereiro 09, 2004
 
INSTANTÂNEOS
viagem de Carnaval

Entre 18 e 29 de Fevereiro vou de férias. Barcelona, Girona, Treviso, Veneza e Ferrara são os destinos mais que prováveis. 11 dias fora, amigos nos sítios onde vou, viagens de avião baratíssimas. Vai-me fazer bem, espero. Podem contar com as minhas crónicas.


 
OCORRÊNCIAS
noitada à moda antiga

Sábado fui, mais uma vez, sair ao Porto. A desculpa era ir ver o Pedro Tochas, mas cada vez menos preciso de desculpa para ir ao Porto. Com a vida animada que levo em Foz Côa, aproveito todas as oportunidades de ir a sítios calminhos. O espectáculo do Tochas foi algo de surreal, surpreendo-me sempre que o vejo. Todas as faixas etárias deliravam com as tropelias e espasmos dele. À minha frente um grupo de velhotes ria tanto como um grupo de adolescentes. Parabéns ao Jorge, ao velho, ao Azevedo e a todos os outros com quem o Tochas brincou, por terem resistido a ir ao palco partir-lhe a cara.

De seguida fomos ao Contrariartes, numa rua que vai ter à praça da República, um sítio com muita vida e música muito alta, bom para dançar e conhecer pessoas interessantes. É numa casa antiga, acho que normalmente são quatro pisos visitáveis, mas neste Sábado eram só dois. Aposto que normalmente têm exposições. Comidinha do melhor.

O seguinte foi o Triplex, na Boavista. Já há muito tempo que lá queria ir, e, pelos vistos, com razão. Deve ser o sítio mais popular do Porto, com fila à entrada e tudo! Intransitável no interior, só lá para as seis da matina se pode dançar em condições. A música é demais. Só cheguei à Póvoa às nove e meia da manhã, bebadíssimo atrás do volante (sim, eu sei, foi cromice), acordei às cinco, nem vos digo como, e com Gurosan na gaveta!

Com estas últimas saídas ao Porto concluí que, afinal, a Invicta tem noite. É preciso é conhecer os sítios.


 
OCORRÊNCIAS
já lá está!

As lições da mestre Lurdes já está disponível nas Produções Fictícias. Vão lá e votem!


 
INTANTÂNEOS
dormir

Vou para a cama agora. Durmam bem. Até amanhã.


 
INSTANTÂNEOS
191

Cada vez há mais blogues, e cada vez menos gente visita o meu. Vejam aqui.


domingo, fevereiro 08, 2004
 
OCORRÊNCIAS
inícios de carreira

Nas Produções Fictícias não tinham recebido o meu texto d'as lições da mestre Lurdes. Mandei-o agora outra vez, espero que em definitivo.

Há uns dias escrevi um texto para participar no mini-concurso do mil folhas que consistia em escrever uma carta ao nosso autor favorito presente na coleção. Os melhores são publicados dia 11. Quando saírem os resultados eu ponho
o texto no blogue. Ah, é verdade, escrevi ao Eça.

Por último, dois dos meus melhores amigos, o vasquito e o paulito, artistas de grande calibre, pediram-me para escrever um texto para uma banda desenhada. Fiquei todo inchado. Podiam era ter-me dado um tema.


sexta-feira, fevereiro 06, 2004
 
INSTANTÂNEOS
a primeira andorinha

As andorinhas já chegaram ao Pocinho! Como é uma zona mais quente, as amendoeiras florescem mais rápido que no resto da região. Nunca pensei que as andorinhas lá chegassem primeiro, também. Temos dois ninhos ocupados bem por cima da entrada, e tive uma andorinha dos beirais a um metro de mim. Cabecinha preta e branca, penas baças, linda linda. Gosto mais destes bichos que de qualquer outro animal. Ainda mais que os sportinguistas. :)


 
RECORRÊNCIAS
bege choque

Devo admitir que antigamente não ligava muito às coisas. Ou ligava de uma maneira diferente. Criava obsessões adolescentes e geria uma imagem do mundo que não era real. Não terei mudado em tudo, mas tornei-me um observador. Começo a gostar de esperar pelas pessoas. Gosto que as pessoas cheguem atrasadas, e ter de esperar por elas em sítios com muita gente a passar. Com muita informação. Com prédios, árvores, passarada, mulheres bonitas. Começo a tornar-me, mais que um observador, um distraído. Ontem vinha a conduzir de Figueira para Foz Côa e distraí-me com um portão de uma casa. Quando reparei estava na faixa errada.

Esta início inócuo serviu para introduzir os táxis. De como eram, negros e verdes. Nunca gostei deles, sempre me pareceram uma combinação mal pensada de cores. Cores chatas para um país chato e pálido. Até que vieram os táxis beges. Cor-de-táxi-quando-foge. Os madrilenhos têm os táxis brancos. Os nova-iorquinos têm-nos amarelos. Os nossos são bege. Quem disse que 'no meio é que está a virtude' não conhecia os táxis portugueses. Nem são carne nem são peixe. Quem decidiu a cor devia estar a sair para almoçar e alguém lhe disse 'doutor Silva, um número de 1 a 1000000!'. 'Sei lá, 2! Sabe o que estão a servir como diária aí no Henriques? Solha? Ah, parece-me bem... Viu o meu chapéu? Raispartaapressa!...Esse número era para quê? Pantone? Não sei, não sei... Se a minha mulher vier aí diga-lhe que só venho às cinco. O quê? Sei lá, diga 'reunião de urgência na Trafaria' ou algo assim. Até logo.' Deve ter sido assim que se decidiu a nova cor dos táxis. Se não foi assim, não sei como terá sido.

Começam agora a ressurgir os táxis negros e verdes, por ter acabado a obrigação de serem beges. Não sei se por comparação aos novos, comecei a gostar mais da pintura antiga. Agora parece-me estranhamente bonito.


 
INSTANTÂNEOS
182

...


quarta-feira, fevereiro 04, 2004
 
INSTANTÂNEOS
175

Voltei a ser o 175º blogue mais lido em Portugal. Curioso é verificar que da última vez que passei por esta posição tinha uma média de 15 visitas por dia, e agora tenho uma média de 20 e voltei à mesma posição. Está renhida a competição.

Gostei de ver que o trenguices, que na altura do 157 estava atrás de mim, agora está bem à minha frente, em 142. Força Peliteiro!

Curioso é também notar que passo mais tempo a ler blogues, a corrigir posts e a ver as minhas estatísticas do que a escrever.


 
POESIAS PERDIDAS
cardo

"Porque me sinto, no mundo em que és
Açucenas, rosas e gladíolos,
Um cardo,
Crescendo em húmus fértil, sem nunca brotar,
Apenas gerando mais espinhos
Mais negros que a mais escura das minhas raízes?

Cresces no meio de rochas
No meio dos detritos e excrementos da civilização
Esses são o teu fermento, que te fertiliza
E te dá corpo e poder.

Abriste-te em botão para mim, com tudo para me oferecer
O teu coração de lírio fresco de novidade
Como um campo inteiro por cultivar
Uma floresta por explorar, uma cerca por saltar

Como não te picas nos meus espinhos?
Eles furam mais do que o exterior
Apodrecem o interior, degradam a matéria.
Serás insensível a espinhos, tornou-se para ti indolor
A dor de sentir espinhos?

14 Julho '98"


 
OCORRÊNCIAS
desafio alheio

"[326] AS ILUSOES DA BLOGOSFERA (II)
Lanço um desafio aos leitores do Bloguítica que estejam interessados em participar: Num texto entre 50 e 125 palavras, deverão descrever como é que acham que será a blogosfera portuguesa daqui a um ano. Todos os artigos que receber (bloguitica@hotmail.com) serão publicados no Bloguítica na próxima segunda-feira. A identidade do autor (e o nome do blogue se tiver um) será revelada ou não, dependendo da vontade do mesmo. Será certamente interessante ler os textos para a semana que vem e, sobretudo, reler em Fevereiro de 2005…
P.S. – Já agora, se faz favor, poderiam divulgar esta iniciativa nos vossos blogues?"


 
INSTANTÂNEOS
Fehér

Quer-me cá parecer que esta onda de visitas inesperadas tem bastante a ver com o texto que escrevi sobre o Fehér... O dia com mais visitas (39!) foi dois dias depois de ter escrito o post, e desde então tem sido sempre a descer. Muitas das pessoas que me visitam entram pelo portugal no seu melhor, e a maior parte das pessoas não voltam. Acho que isto explica bem este fluxo recente de visitas.


terça-feira, fevereiro 03, 2004
 
OCORRÊNCIAS
até agora foi fácil

Acordei mais tarde do que previsto, cheguei 10 minutos depois do que tinha combinado, e acabei por ter um dia completamente diferente do que esperava.

A única coisa que correu como planeado foi ter arranjado emprego, sem espinhas. Mal olharam para mim. Quase nem olharam para os meus trabalhos. Mas vou receber guito!


Grão a grão...


segunda-feira, fevereiro 02, 2004
 
OBSESSÕES
six feet under

Só há duas séries que veja com assiiduidade na tv. Uma é Os Sopranos, a outra é a maravilhosa Sete Palmos de Terra. Uma família com uma funerária, todos ruivos, todos com dúvidas existenciais tremendas, mas com um humor subtil e genial. Todas as segundas às dez na 2:.



O delfim da família é a apetitosa Lauren Ambrose. Limitado como sou em adjectivos, de certeza que já usei 'deliciosa' para descrever outras mulheres, mas nunca o fiz com tanta certeza. Ela é apetitosa no sentido do paladar, mesmo. Parece uma maçã suculenta pronta a ser trincada, ou mais um pêssego, pelo cabelo ruivo. E aqueles olhos grandes, inquiridores, que parecem duas cerejas bem maduras?






Céus, adoro fruta.


domingo, fevereiro 01, 2004
 
INSTANTÂNEOS
nomes

Desde o início evitei referir nomes de amigos aqui no blogue. Cedo concluí a futilidade deste 'método', pois os nomes ou a falta deles pouco importa para quem não não sabe quem eu sou, e quem me conhece apercebe-se logo de quem estou a falar. Sempre com o máximo dos cuidados, vou continuar a falar de mim e do mundo à minha volta.

E as histórias soam sempre melhor tendo personagens com nomes, e não com o irritante "esse meu amigo". Não concordam?


 
INSTANTÂNEOS
157


Sou 157º blogue mais visitado em Portugal! De onde vêm todas estas pessoas? O que querem daqui? Quem é o vosso líder? Fazem descontos de grupo? Isso é loiro natural? Essas calças são novas? Tens o telemóvel desbloqueado? Importas-te de sair da frente?

Um dado curioso que vi foi que, à minha frente na lista, havia apenas quatro blogues com menos visitas (em termos abolutos). Eu tenho 611 visitas desde que criei o coisas, em Setembro, o que significa... ohpá, significa alguma coisa, algo bom de certeza, mas não tou a conseguir atingir.

Deus não me dotou de capacidades para interpretar estatísticas de blogues.


 
OCORRÊNCIAS
dia na cidade

Nem sei bem se era uma feira do livro; para lhe dar um nome, seria mais uma "feira de livros em saldo". Fui lá ontem. O sítio era o Ferreira Borges, um lugar que funciona às mil maravilhas para este tipo de coisas. Se forem pelo lado certo, a entrada é logo ali; se forem pelo outro, têm de dar a volta ao edifício para entrar. Grande seca, pensei eu na altura. Agora consigo ver alguma piada na ideia: enquanto se dá a volta, passa-se por duas entradas fechadas, mas com grandes vidros que permitem ver o interior. É uma visão inesperada, com centenas de pessoas a circularem lentamente, "cabisbaixos", à volta de mesas com livros. Numa altura em que as pessoas se acotovelam para falar mal do país e jurar lealdade a Espanha, é bonito ver tanta gente aliada a um prazer tão grande como a leitura. É um indicador de civilização.

Estava muito bem organizada a feira, com os livros distribuídos por preços (apesar de só ter reparado nisto a meio). Havia também uma zona só para livros "estrangeiros" (ou seja, "não em português"). Muita gente, feia e bonita, só a passear a vista ou carregados de livros, um pouco de tudo. Havia até uma sessão de autógrafos, com o Adelino Granja e outro tipo qualquer ainda menos conhecido. Espertos os tipos da organização, puseram dois autores a assinar livros, pois se fosse só um apanhava uma valente seca. Ninguém ia ter com eles! Ao menos assim falavam um com o outro.

Estive por lá com o meu amigão Mika e a sua charmosíssima namorada Mari. Só para esclarecer, ele é português e ela finlandesa. Mika é alcunha, Mari é mesmo o nome dela. A feira estava a correr bem para mim, já tinha encontrado 9 livros (a lista segue em baixo), mas o torcicolo afligia-me cada vez mais. Estar tanto tempo a olhar para livros mata o corpo! Uma coisa boa foi termos convencido a Mari a comprar o "Amor de Perdição" do Camilo, apesar de ela ainda não saber português. Nada como uma boa história de acção passada no Minho para a iniciar na literatura portuguesa. Saramago vai ter de ficar para depois.

Fomos então tomar chazinho a um novo sítio com alguns livros disponíveis para ler, e depois fomos ver a bola. Como a Mari não come carne, e queríamos mesmo mostrar-lhe o que era uma francesinha, tentámos um sítio em Leça que nos disseram ter "francesinha vegetariana". Chegamos lá 5 minutos antes do jogo, obviamente não havia lugar. Contentámo-nos com uma marisqueirazita ao lado, com um mórbido tanque que mostrava o que havia para comer. Douradas a fugir de carapaus a copular com raias. Televisão pequena e mesmo ao nosso lado foi o perfeito antídoto para o pescoço, porque fomos obrigados a ter as cabeças bem viradas para cima. Pena o resultado. E a francesinha manhosa.

O sítio seguinte foi um barzito porreiro chamado trintaeum. Já tinha ouvido falar, e adorei. A música estava demasiado alta, não é sítio para conversas. Humilhante foi ter sido a finlandesa a mostrar-nos onde era o bar. Mais tarde vieram-me trazer à Póvoa, visto ter ido para o Porto de metro. Fomos ao sítio do costume, o Município, onde apanhei a piela do costume. Um dia bem passado.

Livros comprados:
Moebius, Jodorowsky, O que está no alto (banda desenhada), 2.5 euros
Melville, Typee (versão original), 2 euros
Mário de Carvalho, Era uma vez um Alferes, 1 euro
Eça, O Conde de Abranhos, 7.5 euros
Wenceslau de Moraes, Relance da Alma Japonesa, 7.5 euros
Júlio Dinis, Uma Família Inglesa, 5.5 euros
Flaubert, Madame Bovary, 5.5 euros
Guia American Express de Espanha, 19 euros
Miguel Esteves Cardoso, A Causa das Coisas, 9 euros
Miguel Esteves Cardoso, Os meus Problemas, 5 euros (comprado num 'sebo' mesmo ao lado da feira)



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POR DATAS

09.03
10.03
11.03
12.03
01.04
02.04
03.04
04.04
05.04
06.04
07.04
08.04
09.04
10.04
11.04
12.04
01.05
02.05
03.05
04.05
05.05
06.05

LIGAÇÕES

ficheiros

Projectos Académicos pdf

denCidade doc pdf

Concursos / Prémios Literários mdb

o que ninguém lê

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ANTES DO FIM pdf página

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