Quando vislumbrei a remota possibilidade de o Santana Lopes se candidatar à Presidência da República disse logo 'aqui não fico, vou emigrar!' Agora ele vai tornar-se Primeiro-ministro, o que é ainda pior. Será que tenho coragem de manter a promessa?

Ainda assim, há males que vêm por bem. O Durão vai e deixa o Santana, mas o Prodi pode voltar à Itália e derrubar o Berlusconi. E isso, sim, era bonito.

"-Qual é a sua opinião sobre o aborto? -Bem, acho que ele tem sido um bom primeiro-ministro."

De onde sou eu? Antes de europeu, sou ibérico. Antes de português, sou do Norte. Antes de ser do Porto, sou da Póvoa. A Póvoa é uma nação.

Não sou o único a dizer isto. Quando o grande herói poveiro, Cego do Maio, foi condecorado pelo rei D. Luís com a Grande Cruz de qualquer coisa, ele virou-se e, espantado, respondeu: "Português? Eu sou do reino da Poiva!" E rematou, dizendo "Pegue lá uma manadinha de beijinhos para os seus cachopinhos." Herói e simpático.

Há outra história, desta vez da rainha Dona Amélia, que cruzava o Atlântico e interpelou uns pescadores. "De que reino sois?" Obviamente que os pescadores não conheciam a senhora e responderam, humildemente, "Do reino da Poiva!"

Só para esclarecer todos, incluindo a Clara Ferreira Alves mas também muitos poveiros: póvoa DE varzim e não póvoa DO varzim. Depois não digam que não expliquei.

Se as mulheres não me compreendem então uma coisa é certa: eu não compreendo as mulheres.

Estou de óculos de sol num quarto às escuras. É Sexta à noite e não quero ir sair. Antes queria trabalhar mas tinha sono, por isso vi um filme. Perdi o sono e a vontade de trabalhar. Sinto-me sozinho mas tenho medo de estar com os outros. Quero estar com os meus amigos mas não quero sair daqui. Quero estar com alguém que não me conhece. Quero casar com alguém que ainda não conheci.

Do blogue do João Tilly. Eu não sou contra os israelitas ou os judeus. Sou contra os sionistas. Eles adoram fazer estas coisas.

Estou triste depois de ver uma imagem destas. Mas nada espantado.

Ainda há pouco, no Caras Notícias, mostravam uma festa de jet-set (supostamente no Porto) em que perguntavam a toda a gente quem era a figura do Norte. Uns diziam que era o Batata. Uma festa no Norte sem o Batata não era festa. Ok, nunca tive numa festa no Norte com o Batata. Deve ser falha minha. A maioria dizia que era o Rui Aires. O Rui Aires era um pateta de chapéu à cowboy que sempre que aparecia dizia apenas 'Aires, Rui Aires. Parlampam pamperal pampam. AHAHAHhahahaHAHHAA'. Obviamente mais um distinto nortenho. Eu teria dito Álvaro Siza ou Camilo Castelo Branco. Hum, agora percebo porque nunca me convidam para estas festas.

Outro pormenor digno de case-study eram as legendas que apareciam para identificar cada um dos dos entrevistados. Designer, futebolista, etc. Mas alguns apenas tinham nome, e não ocupação. O que fariam eles para ganhar a vida? Manequins de festa? Figurantes? Carinha laroca a preço de ocasião? Ai que inveja tenho eu deles...

Obrigado Portugal!

Mais um jogo, mais uma vitória. Já parece o FCP.

Isto só prova uma teoria minha: bife é indigesto, mas come-se bem.

É normalmente considerado má onda andar com um six-pack de cervejas debaixo do braço. Não prestigia a pessoa. Não sei se concordo muito com isto.

Sei apenas que andar com um six-pack de superbóque debaixo do braço é das coisas mais estilosas que consigo imaginar. Melhor só mesmo um ten-pack.

No jogo do "morres tu ou morro eu" ou, como dizia o Scolari, jogo do "mata-mata", levamos a melhor sobre a Espanha. Mas ainda estamos no início. A parte difícil vem agora. Força tugas!!!!

"Porque será que me apaixono por qualquer mulher que mostre o mínimo interesse por mim?"

Que o Scolari seja um brasileiro a treinar a selecção portuguesa: não me chateia. Que ele ganhe uma fortuna: bom proveito! Que ele use termos como goleiro e zagueiro e copa quando se dirige aos jornalistas: não me chateia que ele seja um idiota. Mas estar 15 (penso) jogos amigáveis a insistir nos mesmos erros para apenas mudar após o primeiro jogo a sério perdido: Scolari é um idiota a ganhar um balúrdio e a fazer erros de amador. Não temos seleccionador, temos um assalariado.

Ok, o Ricardo Carvalho é o meu jogador favorito. O que não consigo perceber é como o melhor central do mundo tenha de esperar que as coisas corram mal para ganhar a titularidade. Já tinha sido assim com o Jorge Costa no Porto, foi igual agora com o Fernando Couto na selecção. Qual é o medo de o pôr a jogar? Têm medo de ganhar jogos?

Consigo-me imaginar com um filho gay. Um filho corrupto. Um filho traficante de armas que apenas vê lucro à frente e não liga às emoções humanas. Ou mesmo um filho católico praticante. Mas nunca aceitaria um filho betinho.

Ok, descobri agora. Ganho à hora mais um euro que uma empregada de limpeza. Muitos dos meus colegas nem sequer ganham. Deveria sentir-me bem ou mal com isto?

"As pessoas perguntam se eu sou patrão. Eu não sou patrão! Eu não sou patrão! Só sou patrão da minha casa!..."

Hoje estava em casa a ver televisão e a criada entra. 'Boa tarde, Nuno'. Respondi 'Boa tarde, dona Alice'. Ela recolheu uns pratos e voltou à cozinha. Entrou outra vez na sala e repetiu 'Boa tarde, Nuno', e da vez seguinte outro 'Boa tarde, Nuno' e por aí fora 'Boa tarde, Nuno' 'Boa tarde, Nuno' 'Boa tarde, Nuno'. Sempre que entrava na sala.

Foi então que olhei para o relógio de parede. Estava parado.

A decisão da construção da barragem do Baixo Sabor, quando me foi transmitida, não me suscitou grandes sentimentos. Não sei se por um sentimento derrotista em relação ao governo, se por ser já certa a construção. Não sei porquê. Mas fiquei aborrecido.

O Sabor é considerado um dos únicos rios na Europa ainda virgens na corrida humana ao 'desenvolvimento'. A natureza, por lá, ainda é rainha, mas apenas porque "nós" ainda não estragamos tudo. É certo que houve uma fortíssima desertificação nesta zona, as pessoas foram perdendo a vontade de lá morar. Mas não é necessário ter todos os cantos de Portugal ocupados. A única maneira de termos um país completo é termos zonas com forte densidade populacional, e outras com pouca ou nenhuma. As densidades do litoral não se podem aplicar a todo o país. Não é lógico.

Uma das razões que o governo apresentou para a construção da barragem foi, por incrível que pareça, ecológica. Querem ir de encontro às metas da União Europeia de aumento das energias renováveis. Que atitude louvável! A UE pede na realidade isto, mas energias renováveis "que não a hídrica". Eles não o proíbem, mas preferem as alternativas. A energia hídrica, dentro do universo das renováveis, é a mais aliciante. No entanto, é extremamente brutal para o meio em que se insere.

O que o governo deseja é destruir um rio único, com um eco-sistema quase incólume, para salvaguardar o ambiente. Isto pode fazer sentido em muitas cabeças. Na minha não.

O pessoal aqui no emprego pensa que não faço nada e apenas leio blogues. É impressionante verificar o quão correctos eles estão. Mas acham também que percebo imenso de blogues e leio muitos diferentes. Nada mais irreal. Leio apenas 7 blogues regularmente: o Cannibal Café, o Alexandre Soares Silva, o O Outro Lado da Lua, o Trenguices, o Vitriolica, o Gato Fedorento, e o 3tesas não pagam dívidas. O resto só leio quando rei faz anos, ou seja, nunca. Sendo assim, como é que estou sempre a ler blogues?

flip-flop

Sabem o que me irrita mesmo, mas muito mesmo? Não, não é a minha óbvia falta de concentração no trabalho e consequente febre blogueira. Eu explico.

Ando, desde há uns dias, a trabalhar para um concurso chamado "Pensar o Grande Porto". A temática de fundo é o Desenvolvimento Sustentável e o Ambiente. Não percebo nada de ambiente mas adoro Planeamento Territorial e Urbanismo. E conheço bem a zona do Porto. De início comecei um ficheiro apenas com ideias soltas, que vão ser as bases do trabalho. Coisas a não esquecer.

Só depois comecei a ler outros textos, para confirmar as minhas teorias e alcançar novas. Aí começo a ver coincidências entre o que tinha escrito antes e o que estava a ler. Vou anotar isto tudo, e depois uso no meu texto. Mais aí pensei, Quem ler o meu texto e vir fskfndskfkndfks, fskfdbksbfds, assim como refere o Autor X:"fdsnskfndkfcv ndskfn sd!", confirmado pelo Autor H quando diz "fndsadne dnfds nf, fsbfkskf. Quem lê isto fica a pensar que apenas me guiei pelos outros autores, e que as ideias-base do trabalho não são minhas.

Ok, não sou hipócrita. Não sou nenhum geniozinho, não descobri a pólvora. Mas eu cheguei à maior parte das conclusões antes de ler os textos! Talvez alguém consiga entrever isso, espero.

Este post vai fora de tempo, mas antes atrasado que atazanado. Sousa Franco morreu, e eu tenho esta mania de fazer homenagens póstumas. Onde quer que estejas, um abraço. Consigo imaginar formas más de morrer, mas numa lota é das piores. Obviamente que merecias melhor que isto.

Esta tragédia serviu para confirmar que Narciso Miranda e Manuel Seabra, nem com o candidato morto, deixaram de ser dois idiotas chapados.

Estou a ver futebol na televisão. O comentador começa a falar sobre um dos jogadores, Anati Usbekiziti. Estranho, penso eu, pensava que ele se chamava Anato. Bem, deve ser cromice minha. Devo ter ouvido mal da outra vez. Aí o comentador volta atrás, pede desculpa aos telespectadores e corrige o nome para Anato. Bem como eu dizia. Ah, afinal tinha razão, penso.

Esta situação acontece muitas mais vezes do que gostaria. Duvido de mim e penso que os outros é que têm razão. É estranho e desconfortável, até porque costumo ser bastante confiante. Haverá cura? Terei pegado isto a mais pessoas? Serei eliminado pela DGS? Ou mesmo pelo SIS, como ameaça à saúde nacional e à segurança interna? O que me espera?

Tenho algumas ideias a partilhar com vocês ainda no calor do jogo, e ainda sob o efeito de duas superbóques: o primero golo nunca teria acontecido se estivesse a jogar o Ricardo Carvalho em vez do Fernando Couto; o Rui Costa nunca deveria ter jogado, é neste momento um jogador anódino e cansado; o Scolari ainda não reparou que os jogos amigáveis já acabaram. E não me lembro de mais nada. O azul-e-branco rima mesmo com Dragão.

Já dizia o Papa há uns tempos: "A culpa não é do Scolari, é de quem o pôs lá."

"ATENÇÃO - novo método de assalto em semáforos


Eu não costumo reenviar este tipo de e-mail por serem alarmistas e muitas
vezes infundados, mas este parece-me genuíno, por isso cá vai:



Tenham muito cuidado ao parar nos semáforos onde estão aqueles malabaristas com fogo. Enquanto o condutor está a assistir ao espectáculo, outro malabarista vem por trás e atira um cocktail molotov para dentro do carro! O motorista, assustado e com o carro em chamas, sai desesperado. Nesse momento, surge um terceiro malabarista, que vem pela direita e manda um chimpanzé amestrado para dentro do carro, com um fato com isolante térmico. Este chimpanzé, treinado na cidade do Cairo (Egipto) e alimentado com damascos gigantes da Nova Guiné, rouba-lhe o auto-rádio e tudo o que houver dentro do automóvel. Enquanto isso, dois falcões peruanos de caça fazem voos rasantes sobre a cabeça do condutor, lançando bostas volumosas e compactas que acabam por distrair o condutor do que está a acontecer dentro do carro! Quando o chimpanzé volta, eles fogem numa trotinete motorizada verde musgo, fazendo uma pirâmide humana e cantando "Eu tenho 2 amores" do Marco Paulo, rumo a outro sinal...

O marido da prima da vizinha da cunhada da tia de um amigo de um primo de um colega de um amigo meu, passou por isso, e eu então resolvi dar o alerta."

Eu devo gostar de sofrer, deve ser isso. Ou então não percebo. Caio sempre nas mesmas armadilhas que monto a mim próprio, gosto sempre das pessoas erradas e gosto que elas me vão enganando e enganando até que percebo que não são elas que me estão a enganar mas sim eu a enganar-me. A mentir-me, a dizer que tudo vai correr bem, que elas vão retribuir-me o amor. Gostava de ser feliz. Mas não sou. Não deixem o meu sorriso enganar-vos. Não deixem as minhas certezas mentirem-vos. Todo eu sou dúvida, todo eu sou dor. Sou uma correnteza de choros e lágrimas ininterruptas. A nascente de toda a angústia. Só tenho uma certeza, a de que nunca serei feliz.

Vota aqui

Hoje, indo de carro da Póvoa para Vila do Conde, decidi fazer o que o meu primo não tinha conseguido: contar todas as bandeiras que visse. Uma duas três, mais umas piadas, trinta quarenta, ehpá são tantas, cinquenta e... Ai, já não aguento mais. E ia apenas a meio da minha rua! O que se apoderou das pessoas? Todos perderam a fé pela selecção mas decoram as varandas com bandeiras? Será um acto de intimidação para com as selecções estrangeiras? ‘Só vi tantas bandeiras assim em Angola, no primeiro dia do ano. Parecia que os portugueses ficavam felizes por ainda lá estarem, por ter passado mais um ano.’ dizia o meu pai pelo caminho, tentando conduzir por aquele mar de veraneantes adiantados e de bandeiras esvoaçantes.

Esta manifestação súbita de patriotismo faz-me lembrar o Natal. Longe duma festa católica, é hoje uma festa consumista. As lojas associam-se ao Natal, não por os donos serem fervorosos católicos, mas por quererem ser os eleitos do consumidor. As lojas com bandeiras nacionais são algo de semelhante. Associam-se ao sentimento geral para vender mais.

Ok, estou a ser pessimista. A bandeira portuguesa é bem feia, bem pirosa, só se safam as quinas. Mas é bonito ver as fachadas coloridas por algo que é bem nosso. Respira-se bem, nestes dias, nas ruas da Póvoa.

Act local, think global (Aja localmente, pense globalmente)

Começo a sentir a solidão invadir-me
Dia após dia
A toldar os meus movimentos,
A evitar olhares alheios, a dizer-me

Tu és meu
Tu és meu

(como ela insiste em dizer-me todas as manhãs
em que acordo com ela)

Aí suspiro e
Ai!, dói-me aqui, mesmo aqui,
Sabes bem qual é o sítio.

Porque a ti também te dói.

Semana de trabalho, esta, mas pela Póvoa. Pouca arquitectura, muita leitura e, espero, muita escrita. O que não consigo perceber são as respostas das pessoas, obviamente atafulhadas em trabalho: 'ah, boa vida' ou 'então, não se trabalha???' Se não disser às pessoas que ando a trabalhar que nem um mouro (melhor: que nem um nortenho), ou que ando a fazer algo mais que apenas arquitectura, respondem-me desta maneira. Porque tirei um curso de arquitectura, porquê, Deus??!?! Tenho de ser obrigatoriamente arquitecto? Ai as ideias preconcebidas...

Ontem foi dia de feira de livro. E de perder a cabeça, também. Estava na minha agenda, marcado a vermelho: "feira do livro" e "perder a cabeça", ambos para dia 5. É tão bom planear as nossas histerias. Comprei uma catrafada e meia de livros, já não há volta a dar no meu futuro. Tenho de ser escritor, já gastei dinheiro a mais em literatura. Bem, posso sempre abrir uma loja de livros usados, se a escrita não der.

Mas agora a sério: o Reagan morreu e eu nem sequer lhe telefonei a dar os meus pêsames. Devia ser mais organizado em relação a tudo, e não só em relação às minhas histerias. Paciência. Comecei a desconfiar que ele teria morrido quando não o vi na festa non-stop de Serralves, um pouco mais à noite. O tipo era idoso mas sabia agitar-se bem, Alzheimer ou não. Talvez por isso eu não tenha gostado tanto da festa, faltava-lhe ritmo. Durante a festa, lá para a meia-noite, enquanto procurava o Ron pela festa, mandei uma mensagem à minha mãe a dizer que já tinha chegado a casa. Quando ia a entrar em casa, lá para as oito da manhã, tinha o portão aberto! Mistério dos mistérios, continuo a achar que a culpa é da empregada.

Que mais? Ah, perdi o comboio, decidi ficar pela Póvoa esta semana e rapei os pêlos do sovaco. E ando a ganhar alergia.

Quando revejo posts passados noto que falo constantemente de pessoas, quando estou invariavelmente a falar dos portugueses. E não da raça humana em geral. Parece-me injusto para "não-portugueses" que possam ler o coisas pensar que me estou a referir a eles. Descansem, falo apenas do que conheço bem. Falar mal dos portugueses chega-me.

Os portugueses (et voilá) não conseguem pensar no conjunto. São um povo que se rege por valores individualistas (ou ao contrário: não têm consciência de sociedade). Os seus objectivos são pensados a médio ou curto prazo, e não têm filosofia de grupo (apenas se defendem a si e à família mais próxima). Por isso temos tantos acidentes rodoviários, o português acha que as regras são feitas para os outros e, por não terem consciência do conjunto, não tem noção do perigo que a sua condução imatura pode ter para os outros. É também por isso que temos tantos fogos florestais: para além de ser um crime fácil e impune, os pirómanos não têm consciência do mal que estão a fazer. um incêndio (X) pode muito facilmente multiplicar-se por vários Xs. Because they don’t know better. Fugir aos impostos ou cometer burla é também moda, porque não hei-de eu de lucrar com a imbecilidade dos outros? Se já acho idiota cometer burla em instituições privadas, fazê-lo quando se trata duma instituição pública é basicamente roubar-se a si próprio. Há pessoas que não pensam. Ou que apenas pensam para o lado errado.

Por estranho que possa parecer, o português consegue observar certas regras e cumpri-las com admirável certeza. Uma delas é o casamento. O casamento é essencial na vida por duas razões: constrói como mais nada um status social e é uma fonte inesgotável de sexo. Sem menosprezo para o amor, o casamento é, para muitos portugueses, a melhor maneira de terem sexo sem problemas, numa base diária (aí já depende das características mais ou menos fogosas do amante). E, como o sexo é a parte mais importante da vida para muita gente, é natural estabelecer-se compromissos com o/a consorte para manter uma relação estável e sem ondas. Os homens deixam de dizer asneiras, andam com as fraldas dentro das calças e deixam de ser porcos. As mulheres rapam-se, fazem a comida e fingem interessar-se pela conversa do marido. As pessoas mudam, em suma, para estarem com outra pessoa. Transmorfam-se, reciclam-se, esquecem o que eram antes do casamento. A verdade é que muitos de nós não estão preparados para uma vida em comum. Às vezes a mudança até é boa.

O casamento pode ser também o fim duma vida social: “Ou és casado ou tens vida social. Ou uma ou outra” dizia-me há uns tempos um amigo, que não era casado mas era conhecedor de causa. Pelo casamento desfazem-se amizades sem grande dificuldade. Para defender a sua “raínha” (mulher) os casados sacrificam muitos “peões” (amigos). O que é uma grande idiotice. Uma esposa é apenas a nossa melhor amiga, aquela com quem partilhamos tudo.

Os solteiros, por seu lado, não largam o estigma de párias. Mesmo que vivam com alguém, mesmo que tenham uma relação mil vezes mais saudável que muitos casados. Mesmo que sejam felizes. Ok, tirando as questões legais (que podem ser colmatadas pela lei das uniões de facto), para que serve o casamento?

A Violeta dizia num post antigo que foi expulsa do blig por usar linguagem obscena. E eu acho que este blogue tem sido muito certinho até agora, e quero testar o blogspot. Cá vai: puta que pariu a vida, o blogspot é uma merda e quem não gosta de mim é corno Ufa, custou, mas a sintaxe ficou boa. Vai mesmo assim.

Também eu vi o OVNI de terça-feira. Infelizmente o fenómeno não se repetiu ontem, senão poderia ser considerado uma situação recorrente e seríamos invadidos por turistas de todo o mundo. Já me chegam os portugueses.

Mas confirmo: luz branca forte, trajectória ascendente, fumo. Os astrónomos idiotas que dizem ”Apesar de serem sinceros, os observadores ocasionais vêem coisas inesperadas, e por vezes fazem descrições exageradas.” Bem, o que li no jornal foi exactamente o que vi no céu. Portanto ninguém exagerou e foi mesmo o que aconteceu.

Comecei a escrever o meu livro, sem hipocrisias nem medos. Vou escrever e logo vejo, as decisões não são para serem choradas mas para serem tomadas. O livro vai ser o que tiver de ser, uma história básica com pessoas normais passado no Portugal Urbano, realidade em que todos vivemos. Todos, mesmo. Se a cidade é o futuro, nós já vivemos nele.

Portugal visto pelos "outros". Sempre tive curiosidade de saber o que eles achavam de nós, mas tenho sempre vergonha de perguntar. Os desenhos são óptimos, os textos também aparentam ser mas ainda não li o suficiente. Ai, ter tempo para ler todos os blogues, todos os livros, e escrever, escrever!... Quero um chalê na montanha e uma pensão vitalícia!

Isto é o que eu chamo de blogue interessante, com piada. Um sucessor do Pipi? Não sei porquê, mas este parece-me mais autobiográfico...

"É fácil amar e ser amado
É só ter jeito pra falar o que é melhor de ouvir

Mas o calor, que é puro, que é bom
Só acontece quando nada é claro, esconde o que é verdade e cru

Pornografia é vício são, mas fica em Platão
Eu sou o rei masturbador, eu sou um céptico a falar mas sei falar de amor

Eu julgo ter razão"

1 beijo=1000, Cão, 1997