coisas do gomes
Este é o blogue do Nuno Gomes, mau futebolista mas incrível jogador de campo minado. Se não quiseres comentar publicamente, não hesites em escrever para aulasdeviolino@lsi.pt. Para consultas urgentes, contactem-me no messenger com aulasdeviolino@hotmail.com. Os meus livros para troca.
terça-feira, março 30, 2004
 
POESIAS PERDIDAS
a dor que acontece, não a dor que se sente

Não sinto a dor
Apenas me apercebo
Que ela acontece
Não pelos sentidos
Mas pelo intelecto

Não me alegro
Apenas sei
Que devo sorrir
Quando me sorriem
À espera que eu sorria

Não me sinto à vontade
Quando me fitam
Tenho medo que, ao
Olhá-los, pensem
Que os estou a fitar

Não falo constantemente
Apenas falo
Quando um silêncio incómodo
Faz os outros pensarem
Que sou indiferente à sua presença

29 Maio '98



segunda-feira, março 29, 2004
 
LEITURAS
colmena

Ando a ler Colmena, do escritor galego Camilo José Cela. Como é em castelhano, ando sempre com o dicionário atrás. Não por obrigação, porque o livro percebe-se bem sem ajuda. É mesmo por curiosidade, quero melhorar o meu castelhano.

Ando a ler este livro há mais de um mês, o que me começa a preocupar. Não é este o ritmo que desejo. Assim acabo por conhecer apenas uma parte ínfima da literatura! Pucunina! A explicação acaba por ser bem fácil: falta-me o comboio. O comboio era óptimo por muitas razões: lia, via uma das paisagens mais belas do mundo, utilizava transportes públicos, descansava. Com o emprego em part-time em Figueira, sou obrigado a trazer sempre o carro. O que não é nada bom. Uma das coisas boas em trabalhar em Foz Côa era vir de comboio. Não vinha sempre de comboio, mas as vezes em que o fazia chegavam. Agora tornou-se impossível, com as aulas de alemão em Figueira, que acabam depois das sete e meia. Podia vir de comboio e depois de camioneta para Figueira, mas à hora do fim das aulas de alemão já não há camionetas, pois estão ligadas aos horários dos comboios.

Tentei simplificar a questão: ou alemão, ou comboio. Ou uma nova língua, ou livros.

Cheguei ontem a uma situação de compromisso, não sei se vai resultar: comboio numa semana, carro na outra. Nas semanas de comboio só trabalho, nas semanas de carro trabalho e tenho aula. Entretanto, vou estudando pelos apontamentos.

Tem de resultar. É que ainda não descobri o que quer dizer colmena e isso anda a chatear-me...



 
NEGAÇÕES
hum, que cheiro é este?...foste tu!

A Póvoa tem estado impossível nas últimas semanas. Notei este ano pela primeira vez. Não por causa dos turistas, que ainda não chegaram. Nem por causa dos carros, que estão lá sempre. Por causa do estrume. A Póvoa é rodeada por campos por todos os lados menos a Oeste (o mar, óbvio né?). É nesta altura que os agricultores fazem as novas plantações e as estrumam. Quando se circula pelas vias circundantes à Póvoa (com os vidros abertos ou, como eu, de bicicleta), é difícil. Há uns dias quase caía da bicla ao passar ao lado dum campo.

Até a União Europeia já o verificou e proibiu. O "rectângulo de território a poente do IC1, entre os rios Cávado e Ave, tem níveis de nitratos nas águas do subsolo acima dos parâmetros recomendáveis e foi declarado «zona vulnerável» pela União Europeia." Público, 29_03_04

Proíbam. Se não por questões ambientais, ao menos pelo pivete.



 
FRASES FEITAS
computa dores

Se estiveres a trabalhar no computador e te acontecer alguma coisa idiota, tenta fazer uma coisa ainda mais idiota. Resulta de certeza.



 
FOTOS
Girona lindona

Girona, Catalunha. E não, ninguém me tirou a foto, foi mesmo no automático.



 
POESIAS NOVAS
flor

Perdi a flor
Numa qualquer sarjeta;
Toquei-a, sem amor,
No fundo duma saleta.

Amores desencontrados
E torturas afectivas;
Poemas malparados
E flores desaparecidas.

Coimbra, 22_03_2004



domingo, março 28, 2004
 
FICÇÕES
a volta da vida

Porque dizer que não, havia uma coisa na vida de Jorge que não funcionava assim tão bem. Tinha uma vida certa e acertada, não deveria ter dúvidas ou incertezas. O sopro de Deus tocara-lhe o topo da cabeça, levantando-lhe ligeiramente o cabelo e dando-lhe uma vida votada ao sucesso. Jorge Martins-Bairrada era um geneticista premiado, autor de setecentos e cinquenta e seis artigos em publicações científicas e mais de doze mil citações em trabalhos alheios. Tinha descoberto a cura para catorze doenças e tinha, no total, salvo a vida de mais de duzentos e dez milhões de pessoas, só na África sub-sahariana. Todos estes grandes feitos eram naturais para ele, não se lhe eriçava a pele enfrentando a novos desafios, mas crispavam-se-lhe as mãos com a ânsia de começar. Descendia de uma longa linhagem de guerreiros e pensadores, homens que ajudaram a fazer e a desfazer nações, credos e culturas. O que mais podia ser, senão grande? Tinha já ele uma extensa prole, que por sua vez já tinham tido filhos, todos grandes cidadãos e exemplos a seguir. Nada a apontar, nada. Só grandes qualidades, grandes feitos.

Até que um dia o seu ar de altivez tornou-se hediondo. Uma grossa e repelente espinha tinha-se encrostado bem no alto do seu nariz. A conferência de imprensa da tarde estava arruinada! Como iria anunciar ao país e ao mundo que tinha resolvido a teoria das espécies através da observação de salmonelas, com aquela calosidade ridícula a decorar-lhe o centro da cara? Desesperado, telefonou ao seu assistente e, com um choro de criancinha a intercalar-lhe as lágrimas, anunciou, derrotado, ‘tou bem fodido, Pedro, a minha carreira acabou! Buááááá!’. Pedro já conhecia bem estas crises, Jorge não conseguia aparecer em público sem a certeza de que brilharia. Por isso era tão esmerado no seu trabalho, por ser algo que podia controlar. Mas ninguém controla o seu próprio corpo, e era o corpo que Jorge mais detestava. Este era talvez o seu pior defeito, e a sua grande falha. Negar aquilo que lhe Deus lhe tinha dado.

Pedro pousou os óculos, apertou com os dedos a zona entre os olhos, suspirou duas vezes e disse, pausadamente: ‘Doutor, já o vou buscar, vai comigo a um sítio, ok?’ Meia hora depois chegaram ao destino: La Salete, esteticista. "Se nos safarmos desta nem sei que faça!" pensava Pedro, enquanto puxava o doutor do banco de trás do carro. Jorge entrou no salão de beleza com suores frios e uma dor horrível no estômago. La Salete, como sempre, recebeu o cliente com um sorriso aberto e disse, pausadamente, ‘doutor Bairrada, que honra, faça o favor de se sentar.’ Então, seguindo um esquema mil vezes repetido, espremeu-lhe a espinha, desinfectou-a e cobriu-a com base. Nada mais fácil, nada mais difícil para Jorge.

Nas semanas seguintes Jorge largou todos os compromissos anteriores e casou com La Salete, criando então o famosíssimo salão “La Salete e Jorge, Estética e Genética".



 
FRASES FEITAS
bíblia

-Então, o que achaste do Paixão de Cristo?

-É bom, mas não gostei da história.



 
FOTOS
sofá na rua

Aconteceu quando ainda só pensava no curso. Um sofá no meio da rua só podia dar nisto, não?



sábado, março 27, 2004
 
RECORRÊNCIAS
amigos mas não vipes

De quando em vez tenho de actualizar a minha lista de VIPs, tarifário da TMN que me permite ter dez números preferidos. Um telefonema a uma destas pessoas é bem mais barato do que o normal, mas quem fica fora da lista passa a ser menos amigo. Como passa a ser mais caro telefonar-lhes, passo a ter menos razões para amigo deles. Ultimamente tenho tido sessões de estoura-orelhas com alguém que estava fora dos meus VIPs, e precisei de actualizar a lista para manter o saldo em níveis razoáveis.

As escolhas que tenho de fazer irritam-me bastante, apesar de se justificarem por razões económicas. Chateou-me trocar a Mafalda pela Áurea pela Carlinha, mas apenas a última mora comigo no Pocinho. Azar para as outras. Enervou-me apagar o Texas e substituí-lo pelo Jorge, mas o Texas é amigo de fim-de-semana e o Jorge de semana. Mas trocar o Paulinho pela Manela... Bem, é a vida!

Uma das características deste tarifário é o de apenas poder fazer mudanças de mês a mês. Sempre que o faço rezo para que não hajam alterações de fundo na minha vida pessoal. Senão tenho de esperar um mês para mudar a lista, e isso sai-me do bolso.

Este tarifário inclui todas as redes, um opção bem democrática. O que não é democrático é ter de desistir de amigos por razões económicas. Adeus Áurea, Mafalda, Texas e Paulinho! Quem será o próximo?...



sexta-feira, março 26, 2004
 
CRÓNICAS
carnaval em Viseu II

Do guichê mandam-nos para a Guardia Civil, a Guarda Civil manda-nos para a sub-secção, de lá de volta para o guarda gorducho de novo, o nosso amigo obeso explica-nos detalhadamente porque não podemos fazer queixa, voltámos ao guichê para sabermos o mesmo e o atraso de vida eterniza-se. Antes de bazarmos a fazer manguitos e pissas aos responsáveis da Iberia decidimos experimentar o guichê de perdidos e achados, guichê este que não existia até ao último momento. Lá encontramos uma senhora prestável e eficaz que nos remediou a situação. O b.i. da Carlinha transformou-se num recibo da Iberia, que depois se transformou num recibo da policia de Barcelona. Saturados mas vivos ainda, tentámos deixar temporariamente aquela infelicidade para trás e curtir a cidade.

Foi só no último dia em Barcelona que me lembrei que para viajar na RyanAir era necessário código. Mas esse código tinha ficado no avião, só me restava a internet. Era impossível reavê-lo pela net, e depois de muito stresse e muito suor decidi telefonar. O irlandês que me atendeu era muito simpático e resolveu a minha questão na hora. Mas a RyanAir ainda tinha muito para me surpreender...

(nota mental - lembrar-me de escrever o meile a cascar nos gajos)

Chegámos no dia 18, bazamos para Treviso no dia 22. A Glória, amiga da Carlinha, levou-nos ao aeroporto de Girona, mais um aeroporto RyanAir. Duas horas de antecedência era bem razoável, a bicha (única) nem era muito extensa. A Carlinha e a Glória foram tomar café, eu fiquei com as malas. Parecia mais uma manhã normal de viagem, tudo sobre carris. O que me apercebi, talvez só no fim da viagem, foi não facilitar em nada. Se queremos que as coisas corram bem, temos de estar atentos e intervir. Mas como não fiz nada, quase perdia o avião. Quase sem reparar, foi-se formando um fila paralela à nossa, que ia andando bem melhor, pois eu ia decorando caras das pessoas mais próximas de mim e, quando reparava de novo, elas já iam bem à frente. Cheguei à conclusão que a RyanAir também poupa bastante nos salários, porque contraram um babuíno para fazer o check-in. E não digo isto por a outra bicha andar mais rápido. Quem estava responsável pela minha fila tinha mesmo uma deficiência mental, e grande. Demorava mais do triplo do tempo a fazer qualquer operação simples, e as mais complicadas eram quase impossíveis para ela, e nós a ver as horas literalmente a voar. Isto tudo sob o olhar irado de reprovação da empregada do balcão do lado, que fazia tudo em velocidade de jacto enquanto que a nossa amiga continuava no seu ritmo impassível, isto a meia hora do voo! Quando finalmente chegou a nossa vez, praí a 20 minutos da descolagem, apareceu no ecrã atrás dela um sinal enorme. 'Balcão fechado'. E ainda faltavam umas dez pessoas atrás de nós! A menina atrás de mim explodiu então, a sua candura que já se tinha esvaído há algum tempo desapareceu por completo e foi para a outra fila, destilando impropérios.

Então chegou a nossa vez de enfrentar a Grande Líder da Ordem das Cromas. Se fosse um filme de acção, ela seria uma enviada dum grande mestre ninja que queria apoderar-se do mundo através da monguice. A primeira reacção dela ante a nossa história do b.i. perdido foi 'não se pode viajar sem b.i.!', com um ar de assombro que lhe fez saltar os óculos, e surgiu-lhe uma ruguinha na testa. Só para aumentar a sua confusão, mostrei-lhe o papel passado pela polícia de Barcelona, e o código, que tinha anotado no télélé. Então ela conferenciou com a colega do lado, que já estava 'pelos cabelos' com tanta incompetência, e finalmente disse que sim. Passado uns minutos pediu-me o código. Tive de lhe lembrar que já lhe tinha dado, estava no telemóvel. Lá voltou ela à incrível labuta de fazer o check-in de duas pessoas. Mais uns minutos passaram, devolveu-me o telemóvel para logo a seguir reparar que se tinha esquecido de anotar o código. Ai ui. Depois de nos despachar foi-se candidamente embora, com pessoas por atender e o voo quase a sair! Fomos a correr pelo aeroporto, a detecção de metais ficou a meio, no meio da pista de aterragem tivémos de escolher entre o voo certo, havia dois aviões da RyanAir estacionados. A cândida rapariga que tinha trocado de fila entrou mesmo antes de nós, e isto apesar de que quando mudou de fila tinha ainda cinco pessoas pela frente. Mal me sentei perguntei ao senhor ao meu lado se o avião ia mesmo para Treviso.

Pelos vistos era mesmo aquele.



quinta-feira, março 25, 2004
 
CARTAZ
Maio na Póvoa

Para os mais distraídos, informo que este é um blogue poveiro. De alma, mais do que qualquer outra coisa. Costumo dizer que moro no Pocinho, venho da Póvoa e nasci no Porto. Quando estudava dizia o mesmo, mas com Guimarães no lugar de Pocinho. Os meus clubes de futebol preferidos são, por esta ordem, o FCP, o Varzim e o Vitória. Diferentes fases da minha vida, diferentes paixões.

Acho que todos estes jogos mentais servem para me agarrar a um sítio, para me identificar com ele. Costumo dizer que faço apenas aquilo em que acredito, e até agora tenho sido mais ou menos fiel a esta máxima. Também não consigo estar num sítio sem me ajeitar nele, como quem está sentado num sofá e vai ajeitando as almofadas ao corpo, mais do que ajeitar o corpo às almofadas. Estou no Pocinho e gosto de lá estar. Ainda ontem o defendi diante uma rapariga que dizia apenas 'detesto Foz Côa, detesto Foz Côa', num discurso monocórdico e insensível. Temos de defender a nossa terra, ainda que temporária.

A Póvoa é, para o bem e para o mal, a minha terra. Cada vez mais gosto dela. E, porque a amo muito, aqui vão umas sugestões para Maio, para poveiros e não só.

Praça dos Pintores
10º aniversário duma das actividades que põe a Póvoa no mapa, mas por boas razões. 8 e 9 de Maio, largo David Alves. Se estiver sol, podem levar apenas bermuda, tisharte (ui, parece mesmo mal, mas é assim que se lê) e chinelo, eles dão telas, tintas, pincéis, e o que mais quiserem para dar asas à imaginação. Este ano há concurso, com um prémio de 300 euros.

Concurso Nacional de Fotografia
Dos 15 aos 35 anos, para residentes ou não. Primeiro prémio de 900 euros. Até 22 de Maio.

Contacto aqui.



 
OBRAS
novismos

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MOCAS
forwards

Nunca mais mando um forward na vida, juro. Só dão chatices. Que mande quem goste de andar constantemente enrolado em questões que não levam a lado nenhum.



 
MOCAS
quando eu crescer

Quando se está muito tempo sem blogar surge sempre o síndrome da página branca, do post por começar. Quando se começa não se consegue parar, o que consegue ser um turn-off para começar a postar. Porque há mais coisas produtivas a fazer.

Mas o que é produtivo? Nesta minha fase diletante de vida recente, uma fase intermédia, quasi-limbesca em que ainda não sou arquitecto e já não sou estudante blood-sucking do dinheiro da mamã, em que nem sou um estagiário produtivo nem um escritor regular, o que sou eu? Como português, num país em que a falta de produtividade é tema de conversa de café, esta história de ser escritor parece-me um contra-senso. Ou não. Mas à minha volta só ouço a conversa habitual do 'agora que tiraste o curso, olha, paciência' e chavões que já enjoam e saturam. Também tenho a fixação de ganhar a vida por mim, ter uma fonte certa de dinheiro que me deixe mais à vontade à frente dos meus pais. Sim, porque vivo à custa deles, e isso custa-me. Mas e o resto que queria fazer, onde fica?



sábado, março 20, 2004
 
MOCAS
ai

Já ouvi dizer que o Fernando Pessoa escrevia sempre de pé, que fumava muito ópio and soi one. Sendo isto uma bela treta, não me acredito que ele alterado conseguisse fazer algum sentido. Como eu não consigo agora.



 
OBRAS
coisas insignificantes

Ah! Já consigo pôr o texto justificado! Já consigo controlar o tamanho das imagens!



sexta-feira, março 19, 2004
 
RECORRÊNCIAS
turista

Existe sempre nas viagens um grande paradoxo entre os visitantes. Uns são turistas, e orgulhosos de o serem. Todos os outros são turistas também, mas não o querem ser. Eu insiro-me na segunda categoria, com grande pesar. Tento sempre passar despercebido no estrangeiro. Tento ir aos sítios onde estão os habitantes da cidade apenas, ir aos bares onde vai a juventude. Procuro não visitar apenas os óbvios clichés, não pairar nos sítios habituais, não comer no McDonald's. Mas acabo por fazer estas coisas todas, como os outros turistas nojentos, o que faz de mim um turista nojento.

A melhor maneira de se visitar uma cidade é fazê-lo junto de alguém que conhece a cidade bem. De preferência um morador. Vai-se aos sítios mais giros, bebe-se nos bares com melhor ambiente e come-se nos restaurantes mais baratos. Esta acaba por ser a grande obsessão do turista português, quando viaja na Europa Ocidental: contar os cobres. Nos últimos anos tenho viajado pelos países de Leste, os nossos próximos vizinho da União. São países com boa qualidade de vida, não tão boa como a nossa, mas que são bem, bem baratos. Um tuga sente-se um rei por lá. Rei Tuga.



 
CARTAZ
manifestação

Grande lapso. Pelos vistos a manifestação de Lisboa vai ter uma gémea no Porto. Ainda não sei o sítio, mas prefiro ir à da Inbicta. Acho a paz uma causa muito digna, mas o Porto sempre fica mais à mão.



 
FRASES FEITAS
desconfiado

Não confio em mulheres magras.


 
OBRIGAÇÕES
os secretos prazeres do banho de baixa pressão

Ultimamente tenho evitado o banho. O Pocinho tem coisas boas, já o disse, mas o banho... Deus, o banho está podre, as paredes a descacam mais e mais cada dia, a banheira ganha colorações suspeitas e ocres. E a água, infelizmente, tem pouca pressão. Tão pouca, nos últimos tempos, que tomo banho sentado, para aproveitar a pouca força e calor da água. Se levantar um pouco mais o telefone a chamada cai, digo, o calor esvai-se. O banho transformou-se num exercício de cálculo.

À partida ganhei-lhe medo, quase evitava banhar-me para não passar pelo mesmo. Aos poucos surgiram coisas. Pequenas mas que, num crescendo, transformaram a realidade feia do banho sentado numa doce experiência. Passar de um braço para o outro, e sentir a água a banhar pela primeira vez a pele, começando pelo ombro e acompanhando as curvas do braço. A primeira humidade que invade a cabeça, quase uma mão a acariciar-me o cabelo. E ensaboar vagarosamente, criteriosamente, os membros, e senti-los limpos ao passar a água. Lavar a cabeça de cócoras sob a torneira, quando a água invade os cabelos e os alisa, ajudando o amaciador. O calor da divisão, o aquecedor no máximo, o corpo a arder.

A vida são os prazeres micro.



quinta-feira, março 18, 2004
 
CARTAZ
paz

Manifestação em Lisboa, Sábado, 20 de Março, 15 horas. Contra a guerra, o terrorismo, a ocupação do Iraque. Pela paz, resumindo. A minha primeira resposta foi 'eu bou, tou-me a cagar!'. Depois pensei 'ir sozinho é uma seca, que tal se arranjasse uma companhia?'. Gostei mais da segunda opção, raramente escolho a primeira. Mails para todagente, a primeira resposta não se fez tardar: 'Sábado é dia do pai.' Primeira ideia, ir na mesma, o meu pai sabe que gosto dele, acho ele que sabe, o meu não é muito de exprimir sentimentos, fico sempre na dúvida. Mas ele compreende, mesmo se falhar o jantar. Mas já me tinha esquecido do aniversário dele. Telefonei à minha mãe, afinal o jantar é na sexta, mas que raio de ideia é a de marcar o jantar do dia do pai na véspera, só coisa da minha mãe pensei eu. Então disseram-me que o dia do pai era mesmo na sexta, só mesmo coisa de pai pensei eu, onde já se viu festejar num 19 de Março, tem algum jeito, mas assim já podia ir a Lisboa festejar a paz e a liberdade e os passarinhos e tudo o mais, se fosse com o Mika podia depois ir até Coimbra e depois na terça ao Dragão ver os azuis e brancos acertarem o passo aos franciús nojentos. Depois ele disse-me que se me tornasse sócio era mais barato nem sei, o meu pai já dizia qu...

Já chega. Uf.



 
ESQUIZOS
dicionário

Outro dicionário, outra forma de descrever a doença.

"Doença mental de fundo psicótico, caracterizada conforme o tipo, por incoerência mental, distúrbios na vida afectiva e emotiva, comportamento negativista, perda de contacto com a realidade e ensimesmamento."

Quanto a ideias, zero. Posso tentar contar uma história com um narrador participante. Hum, podia ser um amigo do esquizofrénico, e não o gajo em si. Assim podia enquadrar as duas história. Inventava um tipo (não um doutor, isso seria óbvio) mas um amigo de dois esquizofrénicos. Os esquizofrénicos podiam ser um rapaz e uma rapariga, duas pessoas difíceis mas com muito amor dentro, muita entrega, mas muito presos, com dificuldades em ligar o que existe cá fora com o que têm lá dentro. De interagir com os outros, de ser sinceros também, pois vão ser sinceros como? Vão ser sinceros em relação ao mundo interior ou ao exterior? Segundo as definições, o esquizofrénico vive duas realidades, a externa e a interna. Isto pode não ser uma situação invulgar, mas eles têm dificuldade em gerir as duas. Se juntar dois esquizofrénicos, será que eles se conseguem amar por dentro? Interagir com as mentes, apenas? Falando, ou não falando, tocando-se? Ou falando e tocando-se?



quarta-feira, março 17, 2004
 
OCORRÊNCIAS
das gut!

Tive 84,5% no teste de alemão, apesar de só ter tido uma aula e quase nem ter estudado! Quem sabe sabe... Roi-te de inveja, Schumacher!



 
OBSESSÕES
Mike Patton

Pouca gente terá ouvido falar de Mike Patton. Ainda menos pessoas conseguirão dizer que o apreciam. E ninguém, mas mesmo ninguém (nem mesmo ele), consegue enumerar os projectos em que já participou. De memória, vou ver de quantos me consigo lembrar: Mr. Bungle, Tomahawk, Faith No More, Maldoror, Fantômas, Lovage, Peeping Tom, The Dillinger's Escape Plan, Sepultura... Nem todos são bons. Isso é certo. Uns nunca ouvi. Alguns, como Tomahawk, são sofríveis. Mas adoro Faith No More e Peeping Tom. Fantômas e Lovage estão entre as minhas bandas preferidas. E Mr. Bungle?...

Tenho já há alguns anos um caso de amor com Mr. Bungle (senhor trapalhão em inglês). Mike Patton é de S. Francisco, EUA, e os Mr. Bungle eram a sua banda de liceu. Isto foi em 1984, tinha Patton 16 anos. Entretanto os Faith No More, que já tinham um cedê editado, perderam o vocalista, e a procura por um novo levou-os a Mike Patton, então com 21 anos. Com ele assinaram um contrato de 6 cedês (pelos vistos ainda falta gravar um) com a Warner Brothers. Foi a liberdade económica deste contrato que lhe permitiu gravar o primeiro cedê com Mr. Bungle, o álbum homónimo de 1991. Este é o cedê mais agressivo de Mr. Bungle, todo desenhado à volta do Ska-Metal circense, algo novo criado por eles (que veio posteriormente a influenciar bandas como os Primitive Reason). Patton é o mestre de cerimónias, canta quase tudo e escreve parte das músicas. Um dos momentos altos deste cd é a música (nº 4, Egg) onde Mike, no refrão, simula um vómito. Mas dentro do ritmo e do tom. Genial.

Em 1995 surge o pior cd de Mr. Bungle (o que já é dizer muito), Disco Volante. Não é uma obra completa e elíptica como o primeiro, mas mais uma amálgama de músicas sem relação entre si. Consegue, no entanto, ter momentos altíssimos, como Chemical Marriage, entre outros. E outros inaudíveis (não estou a brincar, existe uma parte em que os ouvidos doem mesmo).

Em 1999 surgiu aquilo que considero o melhor cedê da história da música. California. Pelo que se diz na boca do povo, os Mr. Bungle terão um ódio de morte aos Red Hot Chili Peppers, que tinham recentemente lançado Californication. California é a resposta. Não de ódio e fel como os anteriores, mas com flores e doçura. Como todas as obras primas em cedê, tem dez músicas. Estas servem de galeria ao que de melhor se fez de música popular no século que passou. Da próxima vez que entrarem numa loja de música, perguntem por este cd. Mesmo que não gostem de música.

Nunca mais vão dormir em paz. Nunca mais vão dormir mal. Nunca mais vão dormir.



terça-feira, março 16, 2004
 
OCORRÊNCIAS
tosta mística

O meu post sobre a tosta mista mereceu a atenção de algumas pessoas, principalmente o RC Tosta. Este senhor é o autor do blogue tosta mística, que eu desconhecia até agora. Bela coincidência.



 
INSTANTÂNEOS
206

Ai a minha vida...



 
PORTUGAL BOM
Mateus Rosé

Quando vou para fora (não para fora cá dentro mas para fora lá fora) procuro sempre produtos portugueses nos supermercados ou lojas por onde passo. Um pouco de massagem ao ego nunca fez mal a ninguém. O pior é que normalmente não há massagem para ninguém, pois os nossos produtos de exportação são escassos. O Mateus Rosé é uma das raras excepções à regra, com presença assídua nas prateleiras estrangeiras. O Mateus será mesmo uma excepção, pois foi criado explicitamente como produto de exportação (não sei os pormenores, isso terão de investigar vocês). São coisas destas que põe um país no mapa. Quem falava da Finlândia antes da Nokia?

Exportem a Super Bock!



 
INSTANTÂNEOS
mailing list

A lista permite-me, entre outras coisas, controlar o número de posts e correcções que faço. Como sou um tipo estupidamente metódico, consigo agora controlar mais uma parte da minha vida. A lista permite, também, ter um historial não só dos posts definitivos mas também dos originais.

Mas também me pede outra responsabilidade, a de corrigir bem os posts antes de os mandar. É que vocês assim vêm os meus erros ortográficos e de síntaxe antes de eu ter tempo de os rever. Oops, sintaxe é sem acento. Ainda bem que revi o texto antes! Ah ah ah ah!



segunda-feira, março 15, 2004
 
INSTANTÂNEOS
nomes dos outros

Não posso referir nomes como quem refere o Durão Barroso ou o Bush. Aqui falo da minha vida, mas o blogue não é um bloco de post-its "a não esquecer" da minha vida sentimental. A vida sentimental trata-se na vida real.

Eu sou um grande opositor de regras sociais obsoletas ou idiotas, mas a partir do momento que decido inserir-me numa sociedade e num mercado de trabalho, tenho de cumprir certas regras (ditadas por mim ou pelos outros, não interessa) que me permitam fazer a minha vida sem ferir susceptibilidades dos outros. Tenho que ter cuidado com o que digo, antes de tudo. Não me quero queimar!



 
CRÓNICAS
carnaval em Viseu I

Já vos contei quais eram as coisas que tinha como certas na minha viagem de Carnaval. Uma era a companhia, a Carla (CM para os leitores do coisas). Ela é, como me pareceu logo de início, uma excelente companhia de viagem. Não há cá stresses, tripes infundadas ou pressas. Melhor só importado. A outra coisa certa para a viagem eram as viagens de avião, Vigo-Barcelona na Iberia, Girona-Treviso na Ryanair, Treviso-Girona na Ryanair e Barcelona-Madrid-Vigo na Iberia, já previamente marcadas, como é normal. Tudo o resto era incógnita. Tinha sítio onde dormir nas cidades onde ia, mas combinei mal com as minhas amigas porque todas me pareceram surpresas por me ver. E mais nada.

Logo de início fiquei ligeiramente aterrorizado pelas dúvidas dos meus amigos quanto à RyanAir. As pessoas repetiam mecanicamente à minha volta ‘são a hélice os aviões?’ ou ‘não tens medo?’ e já estava farto de dizer ‘não, a única diferença é que não há balcões de atendimento, bilhetes ou comida grátis a bordo. De resto é igual. Eles até fazem manutenção dos aviões nos mesmos sítios das grandes companhias!’ rematava eu, para os calar. Entretanto, o meu brou já tinha definido uma estratégia de ataque aos meus argumentos a favor das transportadoras de baixo custo. Mas não vou falar disso agora. Porque quem falhou mais acabou por ser a Iberia. Começou logo mal. É que a viagem começou por acabar mal. Eu explico.

Da última vez que viajei na Iberia foi um luxo. O voo era Zurique-Porto, bem mais comprido que um Vigo Barcelona e bem mais chique. A comidinha era bem amanhada e serviram-nos um Rioja que, não sendo um Douro ou um Dão, dava para enganar a tripa. Isto, depois de uma viagem inter-rail em países ricos onde tivemos mais fome que pança cheia, soube a comida dos deuses.

Desta vez a Iberia foi um lixo. Como os voos eram domésticos, a comida era bolachas e café. Não me posso queixar, o voo era baratíssimo, mas ainda assim a Iberia falhou. Ai se falhou. A Carla tinha posto os papéis dos voos numa capinha A4. Mais valia tê-los dobrado e guardado dentro da mochila, era igual. Mas a cromice nem foi essa. A cromice foi pôr lá o b.i. também. Hum, nota mental, é melhor não explorar esta parte da cromice. Fui eu que guardei a capinha no avião, junto das mochilas. Mas foi a Carla que tirou as coisas de lá, e a capinha ficou lá. Só nos lembrámos no autocarro ao vir do avião. Não há problema, pensámos, é só ir aos pedidos e achados. Má ideia. Se soubéssemos, devíamos era ter sequestrado o autocarro e voltado ao avião na hora, porque nunca mais vimos o b.i. desde então. Os papéis nem faziam muita falta, pela net era possível reaver a informação e os códigos. Mas o b.i. era importante, como fizemos ver às inúmeras empregadas da Iberia com quem falámos. E ao senhor da Guardia Civil. As senhoras da Iberia, a mentir com quantos dentes tinham, pediam-nos para voltar mais tarde porque o sub-encarregado-do-raio-que-o-parta lhes tinha prometido telefonar com novidades em cinco minutos. Imaginem esta resposta multiplicada por mil. Porque haveriam de telefonar outra vez com novidades se já tinham ido uma vez ao avião e não tinham encontrado nada? Era tão óbvio que não iam voltar lá outra vez! Porque não eram sinceras aquelas meninas sorridentes? Tinham medo de borrar a maquilhagem?



 
OCORRÊNCIAS
café

Domingo fui tomar café com uma velha desaparecida (dica para os leitores mais ávidos: ela sonhou comigo, já se lembram?). Chama-se Manela. Infelizmente ou não, ela também é leitora deste blogue. O que significa que não posso dizer nada do que se passou nesse café, sob pena de ser lido por ela. Só posso dizer que foi um bom café. Apesar de ter durado apenas dez minutos.



 
OBRAS
blogue para todos

Para os eternos despassarados ou para os que acabaram de entrar, olhem para a parte de cima do coisas. Incluí um serviço de blogue porta a porta, para que todos os leitores mais assíduos possam receber o coisas directamente na caixa de correio. Como sempre, o blogue é vosso, façam bom uso.



sábado, março 13, 2004
 
DEFEITOS
inveja da felicidade alheia

Se existe um defeito pelo qual me odeio mesmo, é o cobiçar as namoradas de amigos. Não dá hipótese, sempre que estou com certas raparigas espero sempre que me digam 'olha, rompi com o coiso, estou livre'. São pensamentos feios estes que tenho, não são? Martirizo-me sempre que isto acontece, mas é bem recorrente. Mas elas não deixam de ser mulheres apesar de namorarem com amigos meus. E eu não deixo de ser homem.



 
MOCAS
gaja

Cheguei à cinco segundos à conclusão que gostava de partilhar muita coisa com uma mulher. Tanta merda que tenho cá dentro e não tenho a quem o dizer. Então lembrei-me. A minha gaja é o blogue.



sexta-feira, março 12, 2004
 
OCORRÊNCIAS
net marada

A net aqui na empresa do meu brou tá mais pra lá que para cá. O messenger não entra, não consigo entrar no hotmail e, em vez do coisas, entrei numa página da bíblia. É um sinal! Deus quer falar comigo!



quinta-feira, março 11, 2004
 
OCORRÊNCIAS
leherin über halles

Comecei ontem as aulas de alemão, em Figueira. O dinheiro que ganho trabalhando lá paga as aulas. A professora, que infelizmente é casada, é um pedaço. E eis uma boa razão para não faltar às aulas.



 
INSTANTÂNEOS
estevas

A flor da amendoeira foi substituída por folhas ainda um pouco hesitantes, mas o Côa não cessa de me surpreender. Agora são as estevas que florescem. Flores branco esverdeado povoam os montes, não todos, mas os suficientes para tornar a paisagem agreste mais aprazível.

(Isto só para aguçar o apetite aos meus "amigos" que teimam em não me visitar...)



 
GAMANÇOS
tista mosta

Esta série versa plágios de yours truly. Quando o Gomes quer citar outros, ele fá-lo sem problemas!


Da adorável Simone da pastelaria Terrinca, em Foz Côa:

Velha: Pra mim vai ser uma tosta mística.

ou então

Velha: Quero uma torrada com queijo e fiambre!


 
OCORRÊNCIAS
vitória!

Não acredito em Deus. Mourinho é a minha fé.


 
OCORRÊNCIAS
atentado à vida

Terrorismo em Madrid. Quase duzentos mortos, mais de setecentos feridos. Não acredito que tenha sido a ETA, eles normalmente avisam antes, nunca apontam a civis inocentes mas a alvos concretos. Mas eles avisaram que iam fazê-lo em Madrid. Dia 29 encontraram um camião cheio de explosivos a caminho da capital espanhola. Já falam na Al-Quaeda. Espero que não, pois se eles atacaram Espanha também podem atacar-nos. Também apoiámos os Estados Unidos.

Se foi a ETA... O senhor Aznar devia fazer um périplo pelas regiões de "Espanha" que clamam independência ou mais autonomia e compreenderia o ódio a Madrid. Fui a Olot, na Catalunha profunda, na viagem do Carnaval. Lá estive na charla com um catalão de gema, uma pessoa super-civilizada, doutorada e tudo, que explicou pormenorizadamente como gostaria de torturar a família real espanhola. A minha mensagem é esta: vejam o que a opressão faz a pessoas normais.



terça-feira, março 09, 2004
 
OBSESSÕES
F.C.P.

Hoje joga o Porto, o clube do meu curassom. Não sou um fanático, apesar de ter apostado dinheiro em como o Porto passava a eliminatória. Mas foram só dez euros.


 
OCORRÊNCIAS
voxx

A voxx morreu. Espero que esteja feliz, sr. Luís Nobre Guedes. É da homogeneização da cultura que este país precisa, tiro-lhe o chapéu por fazer aquilo que se espera de si: ganhar o máximo de dinheiro possível.


 
ESQUIZOS
esquizofrenia

Uns amigos (Vasquito e Paulito, grandes artistas ignorados) pediram-me para escrever um texto para uma banda-desenhada, versando a esquizofrenia. Como são dois a desenhar, eu escreveria duas histórias que se cruzariam algures, à semelhança duma peça ou texto que o Vasquito tinha ouvido falar. A primeira coisa que fiz foi perguntar-lhe o que era a esquizofrenia. Ele respondeu-me que eram duas personalidades distintas. Hum, talvez. O dicionário dizia "doença mental caracterizada pela dissociação entre o pensamento do paciente e a realidade física do seu próprio corpo ou do ambiente em que ele se encontra; forma mais vulgar de psicose, de que podem distinguir-se três tipos: a paranóia, a catatonia e a hebefenia."

Ainda bem que copiei a definição toda do dicionário, ainda não tinha notado a parte de 'forma mais vulgar de psicose'. É normal ser-se esquizofrénico! Ou será "normal"? Seremos todos esquizofrénicos? Serão os menos esquizofrénicos as pessoas mais capazes e imaginativas da sociedade? Ou os mais esquizofrénicos? Haverá uma perseguição dos menos esquizofrénicos (os que têm o poder) aos mais esquizofrénicos? Se calhar, ser "normal" é ser um bocadinho mais esquizofrénico que os outros, é sentir-mo-nos um pouco pior dentro desta carapaça que a sociedade nos dá.


 
FRASES FEITAS
construtivismo

Feliz construtivismo!


 
FRASES FEITAS
respostas imediatas

Se houver um interesse sério num assunto não pode haver respostas imediatas.


 
FRASES FEITAS
dúvidas

Prefiro ser lúcido e ter dúvidas do que ser ignorante e não as ter.


 
FRASES FEITAS
humor

Não consigo levar a sério alguém sem sentido de humor.


 
FRASES FEITAS
desconstrutivista

Estes posts temáticos são dicas para os meus futuros biógrafos, à falta de melhores indicações dos meus conhecidos. São, digamos, as frases por que quero ficar conhecido. Quando me citarem, basta pôr aspas e copiar. Será uma fonte de rápida consulta. Uma fonte de "gomismos".


Eu já fui um desconstrutivista!


segunda-feira, março 08, 2004
 
RECORRÊNCIAS
morrer

Não tenho pressa de morrer, pressa nenhuma. Nunca tive. A ideia de suicídio nunca me pareceu razoável, nem alguma vez quis que alguém me matasse. Mas não tenho medo de morrer. Conduzo com segurança, mas quando surge uma situação perigosa não me enervo nem em assusto. Consigo até às vezes esboçar um sorriso quando vejo a morte passar-me à frente, ou pela direita, ou em contra-mão. Ok, não sorrio quando acontece, mas logo a seguir. Não será um sorriso de alívio, antes um sorriso de orgulho por não ter morrido. Do desafio do risco, da coragem e sangue-frio que acabei de demonstrar. Ou da tolice? Da mentalidade de adolescente? Hei-de morrer na estrada, só ainda não sei a data.


domingo, março 07, 2004
 
INSTANTÂNEOS
sentir nada e não sentir tudo

o Controle da minha vida é um Controle do coração?
as Dúvidas são Inseguranças?
a Beleza é Feúria?
o Contacto é Afastamento?
a Concentração é Isolamento?
as Certezas são Satisfação?
o Contentamento é Dor?
as Palavras são Significado?
o Tempo nas mãos é Tempo perdido?
o Escuro é a Morte?
a Procura é Asfixia?


 
INSTANTÂNEOS
aniversário

O jantar acabou há bocadinho, a festinha acabou há uns segundos, correu tudo bem, para quem não esteve cá, wish you were here.


sexta-feira, março 05, 2004
 
INSTANTÂNEOS
bébé

A Alice é mamã! O Nuno é papá! Tou tão feliz!!!


 
OCORRÊNCIAS
correio

Mudei de correio electrónico. Já era tempo, o hotmail é bem, bem fraquito. O novo é aqui, no domínio da empresa do meu brou, a lsi.


quinta-feira, março 04, 2004
 
CONCORRÊNCIA
a maluca

"após observação das minhas coleguinhas aqui da agência constato o seguinte: aqui dentro sou A Maluca. sou a maluca que não tem namorado. sou a maluca que vive sozinha. sou a maluca que anda no karaté. sou a maluca que trabalha num bar. sou a maluca que anda sempre de um lado para o outro. sou a maluca que vai para todo o lado e faz tudo e mais alguma coisa sozinha. sou a maluca que tem umas filosofias muito alternativas. sou a maluca independente. sou A Maluca. as minhas colegas têm todas relações saudáveis de anos. estão casadas ou vivem com os pais. andam a comprar casa com os namorados. são atinadinhas. eu sou A Maluca. o melhor? adoro ser assim... não trocava isto por nada... ou melhor, talvez trocasse... mas como não há meio de "ele" aparecer, vou continuando assim... feliz e contente. em festa. sempre."

Eu sou como a Lénia. Nunca mo disseram, mas também me consideram O Maluco, tenho a certeza. Nem vos contei, mas descobri há algum tempo que o pessoal que trabalha comigo lê o coisas. No dia do post da virgindade, combinaram todos ir "olhar para mim de uma forma diferente". Só que eu não estava lá...


 
RECORRÊNCIAS
Dove

Tenho amigos que chamam à ganza sabonete. Outros chamam-lhe chocolate. Que tal chamar-lhe Dove, que tanto é uma marca de chocolate como de sabonete?

Queres fumar um Dove?


quarta-feira, março 03, 2004
 
INSTANTÂNEOS
satisfação e dor de barriga

1000 visitas!!! Outra referência directa num blogue!!! Visitas a aumentarem quando estava ausente!!! Estou tão efusivamente feliz!!!


 
OCORRÊNCIAS
pesadelo

Durante as férias tive um pesadelo. Costuma-me acontecer quando durmo a espaços, quando acordo mais vezes que o habitual. Lembro-me especialmente deste porque me abalou, como algo já não abalava faz tempo. Neste, como em todos os sonhos, só me lembro de parte do que aconteceu, resquícios, memórias das memórias, imagens mais imaginadas que vividas. O ambiente era de banda-desenhada, mostrando uma luta entre super-heróis. O sítio, que estranho, era o meu antigo campus de Azurém, em Guimarães, uma improvável arena de gladiadores do futuro. Os concorrentes, quatro, partiam de dentro de carros para de enbaterem dois a dois, só me lembro da luta entre dois deles, um gigante que tomou a dianteira com um magnífico murro vindo de dentro do carro, o mais pequeno só mais tarde começou a reagir, com golpes magníficos começava a destruir a defesa do grandalhão, a tornar a sua pele um amassado saco de pancada, misto de sangue e ossos partidos. Por fim arrancou-lhe o capacete, o que tinha dentro pouco fazia lembrar uma cabeça, e colocou-o no chão, gentilmente, junto do corpo do outro gladiador morto. Então ambos os vencedores afastaram-se e, com tiros de caçadeira, fizeram explodir os carros e os corpos.

Acordei com um peso no peito, como se aquela atrocidade desumana tivesse acabado de acontecer e eu tinha sido o seu espectador privilegiado. Pareceu-me que toda a força da minha humanidade fazia pressão sobre o peito, e doía respirar, doía.



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