coisas do gomes
Este é o blogue do Nuno Gomes, mau futebolista mas incrível jogador de campo minado. Se não quiseres comentar publicamente, não hesites em escrever para aulasdeviolino@lsi.pt. Para consultas urgentes, contactem-me no messenger com aulasdeviolino@hotmail.com. Os meus livros para troca.
quinta-feira, novembro 27, 2003
 
ARQUITECTURAS
valor da arquitectura

A arquitectura é válida por si. Todas as justificações que lhe podem ser atribuídas podem servir para demonstrar o processo que deu origem a essa arquitectura, mas não para a justificar. Isto vem de uma conferência que recentemente assisti onde a arq. Marta Hemingway explicava o projecto da Cidade da Cultura, do arq. Peter Eisenmann. Desde a planta à pormenorização, tudo parecia vir da cidade antiga de Santiago. Na realidade, quase tudo parecia vir do nada. A arquitectura de Einsenmann teve sempre a necessidade de uma referenciação teórica para sustentar toda aquela estética de ruptura. Como dizia Souto Moura, “o Portoghesi faz cornijas porque gosta de cornijas e o Foster faz panos de vidro porque gosta de vidro”. Eisenmann pode se referenciar ao que quiser para justificar a sua arquitectura, mas ele começou a fazer esse tipo de arquitectura porque gostava daquelas formas. Talvez depois tenha inventado uma teorização. Da mesma maneira que os budistas acreditam que o nosso Deus está dentro de nós, também acredito que o valor da arquitectura tem de estar dentro dela própria. E não dentro de algum livro.

Por outro lado, a arq.ª Hemingway falava do projecto e da sua relação com a cidade antiga como se, por isso, fosse o melhor projecto do mundo. Como se estivesse acima de críticas. Como se estivesse sobre um pedestal. A ideia de pedestal é bastante errada: subentende a ideia de uma arquitectura pouco humilde, um tanto autista e também um bastante insegura.

Shame on you, mrs. Hemingway!


terça-feira, novembro 25, 2003
 
RETROCESSOS
tratar por você

Porque ainda se usa esta forma de tratamento polido? Não era assim que os nobres eram tratados pela gentalha, há muuuuuuuito tempo atrás? Porque insistem as pessoas nesta imbecilidade? Eu considero-me completamente contra a manutenção de tradições apenas por manter, principalmente as idiotas. Esta é uma tradição que a minha geração devia fazer por extinguir. Sem complexos.

Há uns dias recebi um mail do simpático Eduardo A. Silva, em que fui tratado por você! Caso eu ainda não tenha dito, eu tenho apenas 23 anos! De onde vem este trato tão formal? Pensando bem, nem que tivesse 80 anos...


segunda-feira, novembro 24, 2003
 
INSTANTÂNEOS
das duas uma

Se virem com atenção, hão-de reparar que blogo normalmente na hora do expediente. Isso só quer dizer uma coisa: ou perco o emprego ou o meu blogue começa a ganhar prémios de assiduidade!


domingo, novembro 23, 2003
 
ARQUITECTURAS
perigos urbanos

O Expresso noticiava, há uma semana, na secção de imobiliário, que a Câmara de Torres Vedras pretendia facilitar a construção de moradias no meio rural. No Expresso de ontem falavam dos vários projectos aprovados e já em curso dentro e nas proximidades do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, fora de perímetros urbanos.

As autarquias portuguesas parecem obcecadas com a ideia de licenciar projectos a eito, baseados numa palavrinha que parece ser a justificação para tudo: progresso. A maior parte das vezes, misturam progresso com qualidade de vida. Há uma ideia consensual entre os arquitectos: o futuro está nas cidades; e as cidades querem-se densas. Densas e com mistura de funções. Existe no entanto no subconsciente geral a ideia de que a densidade é inimiga da qualidade de vida! Os centros históricos são invariavelmente densos, mas existe lá um pouco de tudo. Não é preciso ir muito longe para se arranjar o que se quer. A pé. No entanto, a nossa cultura auto-movida baseada na vida suburbana quer habitações mais baratas, mas é contra a profusão indiscriminada de prédios, as chamadas "florestas de betão". No entanto, quanto mais prédios houver, mais barata fica a habitação. Mas nunca mais teremos paisagem.

É uma questão de escalas. A área metropolitana do Porto já não tem paisagem. As cidades não têm fim. Em Foz Côa, situada numa das zonas menos densas do país, a cidade estende-se muito para além do necessário. Para além de existirem muitas casas desocupadas, todos têm a sua vivendazita. Uma cidade assim é cara e ocupa mais do que devia. Cidade é cidade, paisagem é paisagem. Na Porto e em Foz Côa, a situação é igual, com uma escala diferente: numa já não há paisagem, na outra começa a deixar de haver! Claro que Foz Côa nunca terá tanta gente como o Porto, mas dentro daquelas densidades, pode-se ainda perder muito, se não forem tomadas medidas!

Atitudes como a da Câmara de Torres Vedras e das autarquias da costa vicentina não são compreensíveis. O que as zonas rurais têm de bom é exactamente o facto de serem rurais, de haver pouca ocupação. O vale do Ave já não é rural, mas também não é urbano. Não é paisagem nem é cidade. É o típico pensamento português: todos querem ter o seu bocadinho de campo, mas assim já não é campo! Na Holanda já há muito tempo que regulamentaram esta situação: apesar de ser um dos territórios mais densos do mundo (Portugal também o é, mas menos do que a Holanda), lá existe campo e existe cidade. A cidade para viver, o campo para passear! Cidades densas, campo aberto. Uma equação tão simples como esta é assim tão difícil de entender? Vou-me tornar holandês... :)

Um dos maiores problemas destas expansões descontroladas é ocuparem-se terrenos impróprios para construção. Zonas declivosas, zonas de cheia, zonas de aterro. Isto é muito perigoso, e está a ser feito por todo o lado!

É por isso que sou um grande fã das demolições (mas antes, proibir novos erros). Se não se demolir, dá-se azo a que se faça mal à semelhança do anterior. Se houver uma moradia a ser construída numa zona rural, sem permissão para construção por estar em reserva agrícola, a obra tem de ser parada na hora em que for descoberta. E demolido o que já existir. Se não, o dono do terreno da frente também constrói. E ninguém lhe faz nada porque a obra já está feita quando chega lá o fiscal. E mais cinco donos de terrenos à volta também começam a construir, desta vez já sob o capote legal, por já existirem lá casas. A demolição é a melhor acção para demonstrar que o estado castiga quem não cumpre as regras. Se não se demolirem o prédio Coutinho em Viana do Castelo e as torres de Ofir e o Shopping Cidade do Porto, quem neste momento estiver a fazer construções ilegais pensa que se vai safar. Depois de construído, ninguém lhe toca. Demolir e obrigar o dono da obra a pagar a demolição. Esse é o caminho.


 
OCORRÊNCIAS
viver sozinho

Hoje dei mais um passo para me tornar um adulto com um A bem grande: fui morar sozinho. No entanto, o que existe neste momento é uma situação de compromisso: só durmo fora. Tudo o resto faço em casa dos papás. Será que me estou a enganar a mim próprio? Prefiro pensar que todas as coisas demoram o seu tempo, e que mais cedo ou mais tarde consigo ter a minha vida independente. Primeiro a cama, depois a comida. A parte de lavar as minhas cuecas ainda me assusta, mas hei-de conseguir!


 
OCORRÊNCIAS
bicla voadora

Finalmente comecei a artilhar a minha bicla! Já comprei um aloquete e uma campaínha. Infelizmente, não havia dínamos. Já não se usa. Vou ter de esperar uma semana!


 
RECORRÊNCIAS
tampo da sanita

No outro dia fui assaltado por uma questão deveras pertinente: as mulheres e os tampos de sanita. De certeza que todos fomos já confrontados com exigências femininas relativas à obrigatoriedade de baixar o tampo da sanita? Mas qual é o problema, afinal? Dá muito trabalho? As mulheres sentam-se tão rápido que nem notam se o tampo está lá ou não? Consigo compreender a tripe das pinguinhas, agora com o tampo? Se pensarmos bem, os homens levantam o tampo por duas razões: por nós (para não nos sujarmos quando nos sentarmos) e pelas mulheres (pelas mesmas razões). Nós temos o trabalho de levantar o tampo, e elas não podem ter o mesmo trabalho de o baixar! É descaramento! As feministas que me perdoem, mas vão pentear macacos. E as "tampistas" também, que vão despentear macacos! Também temos os nossos direitos (os homens, não os macacos)! Já agora, comecem também a levantar o tampo da sanita depois de a utilizarem!
Eu coço as tuas costas e tu coças as minhas...


quinta-feira, novembro 20, 2003
 
RECORRÊNCIAS
compromissos

Seguindo um conselho do Pedro Lomba descobri hoje mais um blogue da concorrência, o Babugem , escrito por Ricardo Gross. Pelo que já li, é um tipo que sabe tanto quanto escreve, maioritariamente sobre cinema.

Houve uma altura (para não variar, vou falar sobre mim) em que me armava em conhecedor de cinema e de música. Armava-me mais do que fazia. Na realidade, quase não cheguei a fazer nada, mas prontos. Agora consigo ver a futilidade que seria estar aqui a escrever prolongadamente sobre os filmes e os CD's da minha vida. Apenas faço apontamentos para quem quiser e umas indicaçõezitas para quem estiver perdido no vazio do desconhecimento. Escrever (e descrever) seria um grande armanço; estaria a tentar ser um conhecedor que sei que não sou, e um interpretador de obra alheia que nunca serei. Cada obra de arte vale de uma maneira diferente para quem a analisa; não é necessário saber muito sobre arte para se apreciar ou não uma obra. Posso-vos dizer o quanto gostei do Mullholand Drive, mas não posso dizer que o compreendi. Pelo menos, não o compreendi como os meus colegas o compreenderam. Compreendi-o à minha maneira. Entendo porque pessoas como o Ricardo Gross escrevam tão alongadamente sobre os seus gostos. E ainda bem. Mas eu não o faço. Até mais ver.


quarta-feira, novembro 19, 2003
 
RECORRÊNCIAS
ibericamente falando

Na minha condição de ibérico, gostava de relatar aqui a situação de discriminação que se vive entre os dois lados da fronteira. Do outro lado, o descanso da pança está consagrado na lei. Por cá, sempre que quisermos fazer uma digestão bem dormida, temos de ouvir o patrão. Nesta situação assumo-me como um verdadeiro ibérico, reinvidicando também para os portugueses o direito da sesta depois do almoço. Os galegos, os catalães e os bascos, não sendo espanhóis, também sestam à vontade...

Não quero ser ibérico apenas até à hora do almoço, mas o dia inteiro!


terça-feira, novembro 18, 2003
 
OCORRÊNCIAS
críticas

No outro dia o meu blogue foi criticado pela primeira vez (pelo menos, a primeira vez à minha frente!!). Mais vale dizerem mal do que não dizerem. Quem falou disse 'escreves para ali tudo o que te vem à cabeça! Mas, pensando bem, os outros blogues também são assim... Bem, não gosto de blogues!' Não é uma crítica directa ao meu blogue, e por isso não vou mudar nada: um blogue é um blogue, ou se gosta ou não. Fossem todas as críticas assim...

P.S. Obrigado pela frontalidade, Alice.


 
OBSESSÕES
campo minado

Costumo sempre criticar empresas como a Microsoft. Este joguinho refreia-me a crítica. Tento sempre jogar o mais rápido possível, tentando quebrar o meu recorde de 128 segundos. Este era, pensava eu, um recorde respeitável, até consultar umas páginazitas que me diziam que o recorde do mundo era de uns rapidíssimos 50 segundos. Aí pensei eu, 'devem ser uns sobredotados que jogam isto a toda a hora e são professores jubilados em Harvard em matemáticas aplicadas' (o Russel Crowe veio-me logo à memória). Continuei, durante algum tempo, satisfeito com o meu recordezito. Eu continuava a ser o recordista dos meus conhecidos. Se houvessem olimpíadas do campo minado do meu bairro, eu seria medalha de ouro. Foi então que descobri que uma colega minha de faculdade tinha um recorde ligeiramente melhor do que o meu. São só uns segundozitos, pensei eu, consigo fazer melhor de certeza. A irmã dela tinha um recorde ainda melhor que o dela, mas era muito mais velha também, tinha tido muito mais tempo para melhorar. Apesar das circunstâncias, o meu ego manteve-se estável e sólido.

Até que no outro dia, numa conversa de café, um amigo duma amiga minha me disse que tinha um recorde de 110 segundos. E logo a seguir a minha amiga disse-me que o recorde dela era inferior a 100 segundos. Fiquei arrasado. Mal passado. Pior que coxa de frango.

As mulheres são melhores. Não há nada a fazer.


sexta-feira, novembro 14, 2003
 
AMIGOS
como chegar a Ferrara

Este foi uma crónica que um amigo me mandou. Ele está a fazer Erasmus em Ferrara. Leiam, é bem divertido!

"Big Putinati 1/69

Ciao!!!
Muitos já desesperavam, alguns já tinham perdido a esperança, mas como prometido, escrevovos em directo da residencia putinati, as cronicas Big Putinati!!!!
Bem e por onde comecar?? Hum….
Portugal, 16 de Setembro de 2003, 5:00 am, como sempre o Portuga que e Portuga, faz sempre as malas no ultimo momento!!! E e obvio que eu como verdadeiro portuga, não poderia deixar de cumprir a tradicao!!! E e obvio que tambem aviao portuga sempre se atrasa, assim la voamos para lisboa com hora e meia de atraso!! O problema e que em Lisboa so tinhamos 15 minutos para encontrar o aviao para bolonha!! Nada mais simples não fosse o caso de este ser o aeroporto de lisboa :-P assim mal desembarcamos perguntamos a dois gentis funcionarios aonde poderiamos encontrar o nosso aviao (no ecra nada estava indicado!!), nada mais facil!! Bastava seguir o corredor em frente, virar na segunda a esquerda descer umas escadas e no fundo destas virar a direita, de seguida percorrer o corredor todo ate ao fundo, virar novamente a direita, e descer outras escadas, virar na terceira a esquerda, e se tivessemos a felicidade de estarmos num hall ai poderiamos perguntar aonde se encontrava o balcao da portugalia!! Como roteiro turistico pareciame tudo muito bem não fosse o caso do aviao descolar em menos de 15 minutos!! Bem e la fomos nos a correr pelo meio do aeroporto de lisboa com metade dos policias e segurancas a tras de nos, não fossemos nos pertencer ao grupo dos AL-Kaida e do Bimbo Lambe. Chegados ao tal hall, a viagem turistica ainda ganhava um bonus, tinhamos que virar a direita, subir mais uma escadas, ir sempre em frente e voltar a subir mais umas escadas!Chegados ao balcao da portugalia, obviamente as informacoes estavam apinhadissimas de gente, tudo numa amigavel confraternizacao, com muita expressividade, bracos no ar, mangas arregacadas, havia ate já quem se preparasse para dancar o vira, e conheciamse todos pois tratavamse todos por filha da paula (ou algo de parecido!!) mas que grande familia devia ter esta paula! Ate estava disposto a juntarme a festa, mas já so tinha menos de 10 minutos, e não fazia a minima ideia donde estava, foi ai que gentilmente me explicaram que o nr do aviao era outro e que tinha voltar a subir tres lancos de escadas e ir indo sempre para a esquerda ate so poder virar a direita!!Mais uma vez la fomos tentando despistar todos os agradaveis policias que nos tentavam mostrar os seus agradaveis cachorrinhos, talvez com a esperanca que alguem os adoptasse!!que simpaticos que eles são :-) .
Na altura de voltar a passar pelo detector de metais já eu tinha emagrecido 10 kg, estava completamente encharcado em suor, e devo ter feito tao boa impressao ao senhor policia, que ele me pediu para voltar a passar pelo detector!! De seguida eles devem tambem ter gostado tanto do saco do rui, que não o queriam deixar sair de la, penso que queriam comprar um modelo igual para o filho de um deles!! Neste momento tinhamos chegado a porta de embarque, faltavam 2 minutos!!! Mas a fila ainda ia longa, foi ai que tive a brilhante ideia de ir telefonar!Nao encontrando nenhum telefone perto derigime a umas simpaticas senhoras que me informaram que se passasse a porta em frente encontraria o tal telefone!! Passando essa tal porta encontrei realmente um telefone mas era para a policia, ai na minha completa inocencia tentei voltar para tras pela mesma porta, foi ai que fui gentilmente informado que tinha que ir a volta, descer mais umas escadas e passar novamente pelo detector de metais. Foi ai que os policias, ficando tao contentes de me voltar a ver, queriam que eu lhes fizesse companhia o resto do dia (julgo que por vezes ser policia pode ser uma profissao muito solitaria!!). Pedi-lhes imensas desculpas mas tinha mesmo que apanhar o aviao (se ainda ali estivesse!!). Felizmente a pontualidade portuguesa já cobre estes pequenos infortunios!
A viagem de aviao foi bastante calma, sem grandes sobressaltos, optimas paisagens, lugares espacosos, mas do que eu gostei mesmo foi da peca teatral que as hospedeiras tinham preparado para nos no inicio da viagem, penso que daria um optimo anuncio publicitario talvez a uma cerveja (q pensas pedro??). Chegados a Bologna, tudo correu de forma mt pontual, as malas no sitio correcto, tudo muito facil!! Ate o autocarro para a estacao chegou a horas!! O problema e que já vinhamos atrasados de portugal, e quando chegamos a estacao tinhamos 5 minutos para comprar o bilhete e irmos para a linha, pois tinhamos combinado entregarem-nos as chaves da residencia em Ferrara as 17:15!!
Depois de 3 minutos de licoes de italiano na bilheteira (tudo de graca, estes italianos pensam em tudo!!Eles proprios ensistiam em falar italiano, pois sabiam que nos como alunos erasmus tinhamos que aprender a lingua o mais rapido possivel!!) la conseguimos comprar o bilhete, o problema e que a estacao de comboio n tem uma única escada rolante, já para n falar de elevadores!!! E como e obvio perdemos o comboio, e so conseguimos chegar a Ferrara as 18:00. E como era de esperar já ninguem estava a nossa espera!
Foi ai que um calafrio percorreu a minha espinha! O que fazer?


NÃO PERCAM O PROXIMO EPISODIO POIS NOS TAMBEM NÃO


PS: Qualquer reclamacao ou eventual duvidas e favor ligar : 0039 - 3203315822


quinta-feira, novembro 13, 2003
 
OBSESSÕES
biclas holandesas

Este é um modelo da Gazelle. Não é exactamente igual à minha, mas é parecida o suficiente. Não são lindas???


quarta-feira, novembro 12, 2003
 
RECORRÊNCIAS
galego

Conhecem a situação da Galiza? Ao longo de séculos o galego foi proibido, sendo o castelhano a língua dominante. Hoje em dia tenta-se reimplantar o galego, através de legislação. As pessoas falam muito castelhano, demais para os políticos galegos. E é do interesse de líderes nacionalistas ter toda a população a falar a língua nativa. Só incentiva a sua luta pelo poder.

Das duas uma (ou melhor, das três uma): ou o galego volta à superfície e passa a ser a língua falada pelos galegos (sabe-se lá por obra de que santo); ou continua a situação actual e nasce uma terceira língua; ou passam todos a falar castelhano. Tem de ser um processo natural. Tudo o resto é anti-natura.


 
OCORRÊNCIAS
os espanholeses e as línguas

Essa história de que a dobragem defende a língua é um pau de dois bicos. É verdade que em Espanha se dobram os filmes. É verdade que lá existe uma cultura espanhola vivida por eles. Ouve-se muita música espanhola em Espanha! No entanto, é difícil encontrar um espanhol a falar inglês, para já não dizer outras línguas. Já se sabe de onde vem esta ignorância - a dobragem é omnipresente em Espanha. Saber outra língua não é pecado nem é ser contra a língua materna, é ter sede de conhecimento!

Há uns dias atrás estive na Galiza, em Santiago de Compostela, num congresso de arquitectura. Sempre que uma conferência era em inglês, os espanhóis lá punham o auricular para ouvirem a tradução. Os portugueses que lá estavam (e não eram poucos) ouviam directamente o conferencista, sem necessitarem de tradução. Quando o conferencista dizia uma piada, os portugueses riam-se logo. Os espanhóis riam-se 5 segundos depois (às vezes nem se riam porque o tradutor não conseguia traduzir bem a piada). Outras vezes riam-se sem razão aparente (o tradutor às vezes devia inventar piadas ou talvez se engasgasse). Conseguem imaginar o embaraço que isto significava para o conferencista. O pior era que até os arquitectos espanhóis que lá estavam precisavam de auriculares. O exagero chegou quando se fez uma mesa-redonda com um dos participantes em video-conferência, o arquitecto americano Peter Einsenman. Eles chegaram ao cúmulo de discutirem com o arquitecto americano e ele com eles, tudo através dos tradutores!! É incrível! O único arquitecto português que participou nas conferências (Manuel Mateus) falou em espanhol (perfeitinho). No entanto, no início da conferência pediu desculpa aos presentes porque às vezes introduzia palavras em italiano no meio do discurso. Imaginem a vergonha dos espanhóis, tendo pela frente um gajo de um país que para eles deve ser algo de insignificante a saber falar, para além do português e do inglês, espanhol e italiano!!! É de rir!Ou de chorar. Nem sei.


 
RECORRÊNCIAS
como ler

Não dá hipótese, o Alexandre Cruz Almeida continua com a razão. Ao ler um texto literário, sua última preocupação deve ser entender tudo. Largue as palavras individuais pra lá. Atire-se na corrente e deixe o texto te levar. Se alguma palavra realmente for essencial, ela será repetida, o contexto ajudará. Na pior das hipóteses, você procura no dicionário aquelas poucas palavras que criarem problemas. Mas, via de regra, siga adiante. As palavras são pedras pelo caminho, concentre-se no romance, confie na estrada. O livro que tenho neste momento na minha mesa de cabeceira (sempre um) é As ondas, de Virginia Woolf. O livro é uma história contada pelos pensamentos dos seus protagonistas, sem narração. A única maneira de ler o livro é tentá-lo ler à primeira. O que não percebo à primeira fica quase sempre para trás, por duas razões: a autora retrata os pensamentos como eles ocorrem na realidade (nem tudo o que nos ocorre à mente é relevante); e, como diz o Alexandre, perde-se o ritmo.


 
OBRIGAÇÕES
cão fantasma

Alguém conhece um filmezinho chamado Ghost Dog? Não? Como é que é possível? Onde estiveram nos últimos anos?

O filme, de 1999, é realizado pelo Jim Jarmusch e tem o Forest Whitaker no papel principal. Por incrível que pareça, Forest Whitaker faz de samurai. Um samurai negro. Na América de hoje em dia. Que gosta de hip-hop. E que trabalha para a máfia italo-americana.

Um filme com estas premissas não parece muito encorajador. Um bocadinho confuso, não fosse esta uma metáfora da América do Norte actual: uma misturada de raças, culturas e modos de vida. Esta situação embacia qualquer tentativa convencional de análise de sociedade, e é por isso que filmes como Ghost Dog são tão importantes. Mostram a grande confusão em que aqueles gajos vivem. E sobrevivem.

P.S. A banda sonora é do RZA (o mesmo da banda sonora do Kill Bill). Muito bom.


 
INSTANTÂNEOS
tradutore, traditore

Ao ler mais este texto do sempre brilhante Alexandre Cruz Almeida, decidi dar um rumo diferente à minha vida (ou, pelo menos tentar). Não, não vou mudar de sexo nem vou com a GNR para Nassíria. Como o Alexandre, vou começar a ler os livros na sua versão original. Acho que consigo, como ele, ler os livros em inglês e em espanhol. Em francês talvez seja possível, mas pouco provável. Italiano, alemão e japonês será impossível. O grande problema desta nova premissa da minha vida é, talvez, arranjá-los na língua original. Vou tentar estar mais atento das próximas vezes que for ao estrangeiro. Até lá, ainda tenho de ler toda a colecção do Mil Folhas, que é traduzida.

Não me parece que isto signifique uma traição à língua portuguesa. Significa mais uma homenagem às línguas em que as obras foram escritas, penso eu de que.


P.S. Quem me dera saber russo para ler Dostoievski e Tolstoi. Ai ai...


segunda-feira, novembro 10, 2003
 
OBRIGAÇÕES
maratona cinéfila

No Sàbado fiz uma das coisas mais tresloucadas da minha vida, uma daquelas coisas que, para ser sincero, não passa pela cabeça de ninguém: fui ver 3 filmes seguidos. Sim, é verdade. Alimentado a sushi e pipocas. No entanto, não podia ter acertado em melhores películas: Kill Bill, Dogville e Crueldade Intolerável (não exactamente por esta ordem, mas pronto). Impressionante. Quem não vir algum destes filmes, por descuido ou falta de tempo, ou por outra razão qualquer, terá Deus à sua espera à entrada do céu. E Deus, através dos seus óculos com grossas lentes (que toda a gente sabe que ele usa), olhará para um papel e perguntará: 'Tu não viste o Kill Bill? Desculpa mas é meia-volta e andor.'


domingo, novembro 09, 2003
 
A MÉRICA
cinema para todos

Aqui inicio mais uma série de textos temáticos; em 'A MÉRICA' eu, um assumido anti-americano, passo revista às coisas boas que o capitalismo americano nos traz. É que, apesar de não gostar de ser atacado diariamente pela cultura dos ianques, tenho de admitir que existem coisas pelas quais lhes temos de agradecer.

Gostava de começar pelo multiplex, um conceito bem americano. O primeiro com alguma dimensão a surgir em Portugal foi o AMC Arrábida 20, há já alguns anos. São 20 salas de cinema. 20. Para quem achar que representa um dos extremos do sistema consumista, com a sua habitual inserção num centro comercial e os seus blockbusters, têm toda a razão. Mas não só. A grande quantidade de salas permite ter toda a variedade de filmes, desde os mais comerciais aos alternativos (mas atenção, nunca os "muito alternativos"!!!). Assim sendo, torna-se a única oportunidade de muitos cinéfilos de ver bons filmes em boas salas. O grande problema é ver filmes de "cineclube" com pessoas que não sabem o significado de ir-ao-cinema-e-manter-o-silêncio-enquanto-se-está-a-ver-o-filme. Mas, pensando bem, consegue-se ver um filme e ouvir os comentários pelo mesmo preço!


sexta-feira, novembro 07, 2003
 
RECORRÊNCIAS
Catalina Pestana

Com as recentes polémicas da Casa Pia houve uma consequente mudança de directores. Foi então que surgiu em cena uma figura rocambolesca. Robusta. Afirmativa. Totalmente anacrónica. Quando ela surgiu pela primeira vez pensei que tinha ligado para o Canal História. A mulher exibe um estilo que se esperaria, talvez, da avozinha do Salazar. Mas nunca de uma mulher do século XXI. Ó meus amigos.

P.S. Esta história de escrever sem vírgulas começa-me a parecer uma má ideia. Como podem ver, não soa nada bem.


quinta-feira, novembro 06, 2003
 
OBRAS
vírgulas e pontos

Este blogue é só para avisar. Que. O meu blogue está. Em remodelação e. Que ainda não. Consigo escrever como aqueles senhores que trocam. As vírgulas pelos. Pontos. Finais.


 
OCORRÊNCIAS
bicicletas

Há uns dias atrás deparei-me com este texto num blogue que costumo frequentar, o flor de obsessão. BICICLETAS: Eu não alinho com bicicletas e ciclistas. O ciclismo é um desporto nefasto. Perturba o trânsito. Atiça os cães. Destrói o planeamento urbano. A melhor e mais lúcida explicação da ameaça vinda das bicicletas foi escrita por P.J. O'Rourke. Deixo o texto para quem não o conheça.

O flor de obsessão é um blogue muito bem escrito e que recomendo a todos. Não sabia era que existiam pessoas com um ódio tão visceral às bicicletas como aqui o Pedro A. Ribeiro. Fiquei chocado. Primeiro diz que o ciclismo perturba o trânsito. Isto, na minha opinião, só pode vir de alguém que acha que um carro é mais importante que um peão ou um ciclista numa cidade (talvez mais um daqueles fanáticos dos automóveis, que defendem mais túneis e estacionamento no centro das cidades e que abominam o transporte público). Não sei se ele será assim, pois não respondeu ao mail que lhe enviei, a tentar esclarecer a situação. A seguir ele diz que as bicicletas atiçam os cães. Ora aqui eu comecei a pensar que ele estaria a brincar e que este seria, de certeza, um blogue irónico. De seguida, mais uma prova que estava a gozar: que as bicicletas destroem o planeamento urbano. Devo dizer que quando li isto larguei uma gargalhada sonora. Graças a este senhor e a este blogue, todas as pessoas no sítio onde trabalho pensam agora que tenho perturbações mentais. Ora as bicicletas destroem o planeamento urbano? Não sei qual é o grau de info do senhor sobre planeamento, mas basta que se inteire um bocadinho sobre essa temática para saber que, na realidade, a bicicleta é dos maiores amigos do planeador...

Já no fim do texto surgiu a prova irrefutável de que, na realidade, este era um texto brincalhão e bem disposto. O autor aconselha este texto, que não é mais do que um texto de alguém que pode gostar muito ou pouco de bicicletas mas que sabe brincar sobre o assunto. Leiam e digam-me o que acharam.

P.S. Cá para mim o senhor Pedro tem inveja dos dinamarqueses e dos holandeses que, com aqueles territórios planos, conseguem ir de bicicleta a todo o lado.


 
INSTANTÂNEOS
tolde de gatos

Hoje estavam 7 gatos no tolde, mais um preto e branco no telhado do lado e dois pardos a correrem nos muros. Que inveja tenho eu deles...


terça-feira, novembro 04, 2003
 
OBSESSÕES
Sea Change

There's one road to tomorow
There's one road to the truth
There's one road back to civilization
But there's no road back to you



Mais uma vez o Sea Change do Beck. Mais uma referência ao amor perdido...


 
RECORRÊNCIAS
decisões políticas, voto de bancada

Para que servem estas definições? De que nos serve um sistema democrático, onde as decisões são supostamente tomadas tendo em conta os prós e os contras, os factores económicos, etc., se de quando em vez existem decisões que são justificadas como "decisões políticas"? Ou quando a bancada de um partido decide instituir algo como uma "disciplina de voto" (que é o mais normal) e todos os membros da bancada têm de votar igual? De que serve existirem partidos constituídos por diferentes pessoas de diferentes zonas do país com sensibilidades diferentes, se todos votam igual? Não consigo perceber situações em que, à revelia dos partidos, deputados de regiões que são de certa maneira afectadas por uma lei, votam contra ou a favor dessa lei (como nas aprovações do orçamento de estado, onde o deputado Daniel Campelo votou a favor do orçamento de estado de forma a ser favorecido o seu concelho, mas com este favorecimento explícito do seu concelho, prejudicou certamente outras zonas do país - há uns mais portugueses do que os outros???).

Voltando à ideia de "decisão política": como é possível prolongar-se a A4 até Bragança apenas porque foi prometido? Ou criar concelhos (dividindo cada vez mais o país, quando a lógica seria de o unir cada vez mais) por razão de promessas eleitorais? Este último processo de criação de concelhos foi tão rocambolesco que felizmente foi anulado pelo Presidente da República. Ora recapitulemos: Fátima e outro sítio que já não me lembro seriam concelho (Fátima atingiria o ridículo de ser um concelho de só uma freguesia); haveria ainda outro sítio que seria concelho, por promessa eleitoral do PS. No entanto, Esmoriz (do círculo eleitoral de Aveiro, por onde Paulo Portas foi eleito) não passou. Paulo Portas, pelos vistos, ficou tão chateado por o seu concelhozinho não ter sido criado que conseguiu anular a aprovação do novo concelho prometido pelos socialistas! Se isto não é um escândalo, não sei o que será...

Isto tudo como interlúdio para a principal questão: o Museu do Parque Arqueológico do Vale do Côa. Toda a gente conhece o imbróglio que envolveu a descoberta das gravuras, mas não custa relembrar. Nos trabalhos de prospecção arqueológica relacionados com a construção da barragem no rio Côa, descobriram-se as já muito afamadas gravuras rupestres paleolíticas. O governo PSD pretendia construir na mesma a barragem, lançando a ideia louca de cortar as gravuras e colocá-las num museu. Pouco depois houve eleições que levaram à vitória dos socialistas que decidiram parar a construção da barragem e criar uma estrutura (o parque arqueológico, onde trabalho) que permitisse a manutenção das gravuras no seu entorno natural e regular as visitas aos sítios. Também foi prevista a construção de um museu, cuja localização foi decidida para um dos rasgões deixados pelo "futuro" paredão da barragem. Este museu tinha várias valências: para além de servir como estrutura museológica de apoio e recepção dos visitantes do parque, permitia, através de um funicular, fazer a ligação com o rio, onde existiria um cais, e "taparia" o rasgão deixado pela barragem, com claros benefícios para a paisagem. O projecto está pronto para ser construído. Com a entrada em cena do novo governo PSD, estes, para não "perderem a cara", decidiram a construção de um novo museu, ignorando todo o esforço já investido no projecto do museu no rasgão (para não falar do dinheiro que o projecto já tinha absorvido). Assim sendo, escolheu-se um novo sítio, para o qual foi necessário efectuar expropriações e afins, e um novo projecto, deitando por terra um projecto perfeitamente válido e que seria também essencial para cicatrizar a paisagem descaracterizada pela construção da barragem. E isso não é nada fixe! Nada mesmo...

P.S. Eu tenho noção que a decisão do PS de parar a construção da barragem foi também decorrente de uma promessa eleitoral, mas foi uma decisão ponderada pois, para além de ter salvo património inestimável, criou uma estrutura (o parque arqueológico) ímpar a nível mundial e com um esquema de preservação/visita das gravuras que se tornou uma referência. Podemos ser um país pobre em relação ao qual esta barragem poderia fazer falta, mas pelo menos dessa vez o governo tomou a decisão certa.


segunda-feira, novembro 03, 2003
 
CONCORRÊNCIA
pipi

Não queria blogar praqui algo que quase todos já blogaram e que todos de certeza já leram, mas trata-se de o meu pipi, o melhor blogue fictício português. Os textos são de uma qualidade que ninguém pode, certamente, atacar, e primam por uma originalidade e variedade de temas que, apesar de versarem todos sobre sexo e mais sexo, não podem ser acusados de monotonia. É que há 1000 maneiras de dar a real pinocada, e o nosso pipi é o mestre indiscutível. Continua pipi, és o maior!!!

As mulheres não podem dizer que se sentem ofendidas ou que não tem piada. Se não acham piada, falta-vos sentido de humor! Se se sentem ofendidas, têm muito pudor!


 
OCORRÊNCIAS
Halloween

Falava no outro dia com o meu irmão quando ele me contou um episódio surreal que lhe tinha acontecido no dia anterior (dia de um feriado americano que todos conhecemos, Halloween). Estava ele muito sossegado na sua empresa quando lhe tocaram à porta. Era um grupo de miúdos disfarçados de bruxas e afins que, muito candidamente, lhe perguntaram: -doce ou partida??? O meu irmão, ainda mal refeito da surpresa, explicou-lhes, com muita correcção e cordialidade, que aquilo não era uma casa mas sim uma empresa, e que não havia doces. Pouco depois de ter fechado a porta ouve-se um grande estrondo: um dos putos tinha dado um biqueiro na porta!!

Nem sei o que me chateia mais. É óbvio que os putos devem ter o direito de se divertir. No entanto, o feriado do Carnaval já existe. Não consigo ver qual a necessidade de haver dois Carnavais por ano!!! Não me acredito que os putos nos states também se ponham a festejar o nosso entrudo para além de festejarem o Halloween. Por outro lado, essa história do "trick or treat" acaba por ser mais positiva que negativa: estamos a dar aos putos razões para cometerem actos de puro vandalismo. Pode-se dizer que essa é a tradição do Halloween. Mas que raio de necessidade é que nós temos de importar tradições, ainda para mais uma que pode degenerar, se alguém não colaborar (e o mais provável é isso acontecer), numa situação tão desagradável? Qual é a lógica disto? A tradição deve algo de natural, algo que não deve ser forçado. Faz-me lambrar a ideia das novas universidades de criarem tradições académicas. As tradições não se criam!!!! Ou já existem ou então não se chamam tradições!


Já não percebo nada...



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